Em que consiste o pleonasmo?

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Pleonasmo consiste na repetição de uma ideia com palavras de significado semelhante. Utilizado intencionalmente, torna-se figura de linguagem, enfatizando a mensagem. Em outros casos, representa redundância desnecessária.

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O Pleonasmo: Redundância com Propósito ou Simples Erro?

O pleonasmo, figura de linguagem muitas vezes confundida com erro gramatical, consiste na repetição desnecessária de uma ideia, utilizando palavras ou expressões com significado semelhante ou que se complementam de forma redundante. A chave para entender o pleonasmo reside na intenção por trás da repetição. Em alguns casos, ele é empregado com maestria, realçando a mensagem e conferindo-lhe ênfase; em outros, configura-se como um vício de linguagem, prejudicando a clareza e a elegância do texto.

A aparente redundância, que caracteriza o pleonasmo, pode se manifestar de diversas formas:

  • Repetição de ideias: “Subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro”. Nesses exemplos, a preposição já implica o sentido da palavra que a acompanha. A repetição é desnecessária e configura um pleonasmo vicioso.

  • Redundância semântica: “Vi com meus próprios olhos”, “Há muitos anos atrás”, “Ele mesmo pessoalmente fez”. As expressões em itálico carregam em si mesmas a informação que a outra palavra ou expressão repete.

  • Pleonasmo em construções frasais: “O carro ele é azul.” – A repetição do sujeito com o pronome “ele” gera redundância, embora seja um erro comum na linguagem falada.

Entretanto, o pleonasmo, quando usado intencionalmente, assume um papel estilístico importante, potencializando o impacto da mensagem. Observe alguns exemplos de uso consciente e eficaz:

  • Ênfase e ênfase poética: “Chovia uma chuva fina, fininha.” A repetição do adjetivo intensifica a ideia de fragilidade e leveza da chuva. Tal recurso é comum na poesia e na literatura em geral, explorando a sonoridade e o ritmo para criar efeitos expressivos.

  • Clarificação e reforço: “Eu vi com meus próprios olhos a tragédia acontecer.” A repetição reforça a testemunha ocular e a certeza do relato, transmitindo maior credibilidade.

  • Oralidade e coloquialismo: Em contextos informais, o pleonasmo pode soar natural e até mesmo expressivo. Expressões como “subir para cima” são comuns na linguagem falada, mesmo que tecnicamente redundantes.

A distinção crucial reside na intenção comunicativa. Um pleonasmo é considerado vicioso quando a repetição é desnecessária e prejudica a concisão e a clareza da mensagem. Já o pleonasmo literário ou estilístico, utilizado com propósito, enriquece o texto e contribui para a sua expressividade. Saber identificar a diferença é fundamental para a escrita eficiente e eficaz, seja na construção de textos formais ou na elaboração de discursos mais informais. A chave está na análise cuidadosa do contexto e da intenção comunicativa.