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Gordofobia: a palavra que nomeia o preconceito contra pessoas gordas

A palavra “gordofobia” entrou para o vocabulário brasileiro em 2020, mas a realidade que ela nomeia é antiga e cruel. Trata-se do preconceito contra pessoas gordas, expresso em atitudes, discursos e representações negativas que permeiam a sociedade e impactam a vida de milhões de pessoas.

A gordofobia se manifesta de diversas formas, desde piadas e comentários jocosos até a discriminação em ambientes profissionais e sociais. O corpo gordo é frequentemente estigmatizado, associado à falta de saúde, disciplina e controle, alimentando uma cultura de culpabilização e vergonha.

O impacto da gordofobia na vida das pessoas:

A gordofobia causa um impacto profundo na vida das pessoas gordas, afetando sua autoestima, saúde mental, oportunidades de trabalho e relações interpessoais. Estudos demonstram que a discriminação por causa do peso pode levar à:

• Ansiedade e depressão: A constante exposição ao preconceito e à crítica causa sofrimento psicológico, levando muitas pessoas a se isolarem socialmente e desenvolverem problemas de saúde mental.
• Distúrbios alimentares: A pressão social para emagrecer pode desencadear comportamentos alimentares compulsivos, bulimia e anorexia, prejudicando a saúde física e mental.
• Exclusão social: A gordofobia impede que pessoas gordas participem plenamente da sociedade, limitando suas oportunidades de trabalho, lazer e relacionamento.
• Discriminação médica: A gordofobia também se manifesta no ambiente médico, onde pessoas gordas podem enfrentar dificuldade de acesso a cuidados de saúde adequados e serem tratadas com desrespeito e preconceito.

Combater a gordofobia:

A inclusão e a valorização da diversidade corporal são fundamentais para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Para combater a gordofobia, precisamos:

• Desenvolver uma linguagem mais respeitosa e inclusiva: Evitar o uso de termos pejorativos e discriminatórios, como “gordo” e “obeso”, e adotar uma linguagem que reconheça a individualidade e a dignidade de cada pessoa.
• Promover a representatividade de corpos gordos na mídia e na cultura: As imagens e narrativas que consumimos moldam nossa percepção sobre o mundo e as pessoas. É fundamental que pessoas gordas sejam retratadas de forma positiva, diversa e real, desconstruindo estereótipos e preconceitos.
• Criar espaços seguros para pessoas gordas: Promover eventos, grupos de apoio e iniciativas que possibilitem a troca de experiências, a construção de redes de apoio e a luta por direitos.
• Educar sobre saúde e bem-estar: O foco deve estar na saúde integral, e não apenas na aparência física. É fundamental desmistificar a relação entre peso e saúde, e promover a prática de atividades físicas e a alimentação saudável de forma individualizada e respeitosa.
• Denunciar a gordofobia em todas as suas formas: Se você presenciar ou sofrer algum tipo de preconceito por causa do peso, é importante denunciar a situação.

A gordofobia é uma realidade que precisa ser enfrentada. A palavra “gordofobia” nos coloca em alerta, mas a mudança depende da ação individual e coletiva para construirmos um mundo mais justo e acolhedor para todas as pessoas, independentemente do seu peso.