Qual é o nome e qual é o apelido em Portugal?

Nomes e Apelidos em Portugal: Uma Questão de Família e Herança

A nomenclatura portuguesa, ao contrário de muitos outros países, apresenta uma estrutura bastante particular na composição do nome completo de uma pessoa. A compreensão dessa estrutura é fundamental para evitar confusões e entender a herança familiar presente na identificação de um indivíduo. Em Portugal, não se fala em “sobrenome” como em muitos países hispânicos ou de língua inglesa, mas sim em “apelidos”. A distinção é crucial, pois a palavra “apelido” carrega em si a ideia de uma designação familiar, passada de geração em geração, revelando laços ancestrais.

O nome completo português é geralmente composto por um nome próprio, podendo este ser simples (ex: Maria, João) ou composto (ex: Maria Eduarda, João Miguel), seguido pelos apelidos. E aqui reside a particularidade: os apelidos são herdados tanto do pai quanto da mãe, em geral, dois de cada progenitor. Assim, um indivíduo pode ter até quatro apelidos.

A ordem tradicional, embora não seja uma regra rígida e possa sofrer variações de acordo com a escolha familiar, costuma ser:

• Nome Próprio: O nome escolhido para a pessoa, que pode ser único ou composto.
• Apelido Materno: Um ou dois apelidos herdados da mãe.
• Apelido Paterno: Um ou dois apelidos herdados do pai.

Exemplo:

Imagine uma pessoa chamada Maria da Silva Santos Fernandes Pereira.

• Nome Próprio: Maria
• Apelido Materno: da Silva Santos
• Apelido Paterno: Fernandes Pereira

Note que, na prática, a utilização do nome completo é bastante formal e em situações informais, muitas vezes só se utilizam o nome próprio e um ou dois apelidos. É comum, por exemplo, que Maria da Silva Santos Fernandes Pereira seja chamada de Maria Santos, Maria Silva ou, em casos mais íntimos, simplesmente Maria. A escolha dos apelidos usados no dia a dia depende da preferência individual e do contexto social.

Apelidos compostos e suas implicações:

A complexidade aumenta quando se consideram apelidos compostos herdados dos progenitores. A ordem e a seleção dos apelidos podem variar e refletir escolhas familiares, gerando diversas combinações possíveis. Não há uma regra fixa sobre qual dos apelidos maternos ou paternos deve preceder o outro, contribuindo para uma riqueza e variedade na estrutura nominal portuguesa.

Em resumo, o que se define como “nome” e “apelido” em Portugal difere significativamente de outras culturas. O conceito de “apelido” como herança familiar, a possibilidade de múltiplos apelidos e a flexibilidade na sua utilização no dia a dia, moldam um sistema nominal único e rico em história familiar. Compreender esta estrutura contribui para uma maior apreensão da identidade e da tradição portuguesa.