O que acontece quando se vem?

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O orgasmo, ápice da excitação sexual, é um estado fisiológico intenso culminando em prazer repentino e forte. Segue-se um relaxamento muscular e abrandamento da tensão sexual, proporcionando uma sensação de bem-estar após alguns segundos. É o ponto final de um ciclo de excitação e satisfação.

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O Que Realmente Acontece Quando Se Chega: Uma Visão Além do Prazer

A experiência do orgasmo, popularmente conhecida como “chegar”, é muito mais do que apenas o pico do prazer sexual. Embora a definição básica como um estado de excitação intensa seguido de relaxamento muscular seja precisa, a complexidade do que acontece no corpo e na mente durante esse momento é fascinante e merece uma exploração mais aprofundada.

Este artigo não pretende redefinir o que já se sabe sobre o orgasmo, mas sim lançar luz sobre os processos fisiológicos e psicológicos que orquestram essa experiência, muitas vezes deixando de lado a romantização e focando na biologia e na neuroquímica envolvidas.

Uma Tempestade Hormonal e Neural:

O orgasmo não é um evento isolado, mas o clímax de uma cascata de eventos que começam com a excitação. À medida que a excitação aumenta, o corpo experimenta um aumento na frequência cardíaca, na pressão arterial e na respiração. Os músculos ficam tensos, o fluxo sanguíneo para os genitais aumenta drasticamente, e o cérebro começa a liberar uma série de neurotransmissores poderosos.

No momento do orgasmo, essa tempestade se intensifica. A liberação de dopamina, o neurotransmissor do prazer e da recompensa, atinge o pico, inundando o cérebro e gerando a sensação de euforia. Ao mesmo tempo, a ocitocina, o hormônio do amor e da conexão social, é liberada, promovendo sentimentos de bem-estar, confiança e proximidade.

Outros neurotransmissores como a prolactina, que está associada à satisfação sexual e ao relaxamento, e as endorfinas, analgésicos naturais do corpo, também são liberados, contribuindo para a sensação geral de prazer e relaxamento pós-orgásmico.

Contrações Involuntárias: Uma Sinfonia Muscular:

As contrações musculares involuntárias são uma característica marcante do orgasmo. Elas são mais evidentes nos músculos pélvicos, mas podem se estender para outros grupos musculares do corpo, como os músculos do abdômen, das pernas e até mesmo do rosto.

Essas contrações rítmicas, controladas pelo sistema nervoso autônomo, ajudam a liberar a tensão acumulada nos músculos durante a fase de excitação, contribuindo para a sensação de relaxamento que se segue ao orgasmo. A intensidade e a duração dessas contrações variam de pessoa para pessoa e podem ser influenciadas por diversos fatores, como a intensidade da excitação, o estado emocional e a saúde física.

O Cérebro em Êxtase: Desligando e Religando:

As imagens cerebrais revelaram que durante o orgasmo, certas áreas do cérebro, como o córtex orbitofrontal lateral (responsável pelo controle comportamental e pela moralidade), ficam temporariamente desativadas. Essa desativação pode explicar a perda de autoconsciência e a sensação de entrega total que muitas pessoas experimentam durante o orgasmo.

Ao mesmo tempo, outras áreas do cérebro, como o córtex somatossensorial (responsável por processar sensações táteis) e o cerebelo (responsável pela coordenação motora), ficam altamente ativas. Essa atividade aumentada pode explicar a intensificação das sensações físicas e a perda temporária do controle motor.

Além do Prazer: Benefícios para a Saúde:

Embora a experiência do orgasmo seja primariamente associada ao prazer, pesquisas científicas têm demonstrado que ele também pode trazer benefícios para a saúde física e mental. Estudos sugerem que o orgasmo pode:

  • Aliviar o estresse e a ansiedade: A liberação de endorfinas e ocitocina durante o orgasmo pode ter um efeito calmante e relaxante no corpo e na mente.
  • Fortalecer o sistema imunológico: Alguns estudos sugerem que a atividade sexual regular pode aumentar os níveis de certas células do sistema imunológico, tornando o corpo mais resistente a doenças.
  • Aliviar a dor: As endorfinas liberadas durante o orgasmo podem atuar como analgésicos naturais, aliviando dores de cabeça, dores musculares e outros tipos de dor.
  • Melhorar a qualidade do sono: O relaxamento muscular e a liberação de prolactina após o orgasmo podem promover um sono mais profundo e reparador.
  • Fortalecer o vínculo entre parceiros: A liberação de ocitocina durante o orgasmo pode promover sentimentos de intimidade, confiança e conexão entre parceiros.

Conclusão:

O orgasmo é uma experiência complexa e multifacetada, que envolve uma intrincada interação de hormônios, neurotransmissores, músculos e atividade cerebral. Compreender os processos fisiológicos e psicológicos que orquestram essa experiência pode nos ajudar a apreciar ainda mais a sua beleza e a aproveitar ao máximo os seus benefícios. É muito mais do que apenas “chegar”; é uma explosão de vida, prazer e bem-estar.