Porque se diz um par de calças?
A expressão par de calças decorre da existência de duas pernas. Embora a peça que as cobre seja chamada calça no singular, a referência ao par enfatiza que se trata de uma única vestimenta cobrindo ambas as pernas simultaneamente. A duplicidade da perna justifica a duplicidade na nomenclatura.
O mistério do “par de calças”: por que não apenas “uma calça”?
A língua portuguesa, rica em nuances e peculiaridades, às vezes nos apresenta expressões que, à primeira vista, parecem desnecessárias ou redundantes. Um exemplo disso é a utilização da expressão “um par de calças”, em vez de simplesmente “uma calça”. Afinal, por que essa duplicidade? A resposta, mais sutil do que parece, reside na própria natureza da peça de roupa em questão.
A calça, ao contrário de uma camisa ou um casaco, é concebida intrinsecamente para cobrir duas pernas. A sua estrutura física, a sua função primária, é a de vestir-se em um conjunto indivisível, abrangendo ambas as extremidades inferiores do corpo. Dizer “uma calça” ignora, em certa medida, essa característica fundamental. O uso do “par” não implica que temos duas calças separadas, mas sim que temos uma única peça composta por duas partes simétricas e interdependentes, destinadas a serem usadas juntas.
Podemos fazer uma analogia com outras peças de vestuário: dizemos “um par de meias”, “um par de luvas”, “um par de sapatos”. Nesses casos, a duplicidade é evidente, pois são dois itens distintos, mas que compõem um todo funcional. No caso da calça, a duplicidade é menos óbvia, mas igualmente presente na sua concepção e utilidade. A calça, em sua essência, é um “par” de pernas de tecido, unidas pela cintura e pela costura entre as pernas.
Assim, a expressão “par de calças” não é um pleonasmo desnecessário, mas sim uma forma precisa e concisa de destacar a unidade funcional de uma peça de roupa que, por sua própria natureza, se apresenta em duas partes interligadas e indissociáveis. Ela reflete a compreensão intuitiva de que a calça, apesar de nomeada no singular, é concebida e utilizada como uma unidade dupla, destinada a cobrir simultaneamente ambas as pernas. A redundância aparente, portanto, torna-se uma forma elegante e eficaz de descrever a singularidade da peça. É uma pequena, mas significativa, demonstração da riqueza semântica da nossa língua.
#Calças#Linguagem#RoupaFeedback sobre a resposta:
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