O que é uma pessoa dislalia?
Dislalia é um transtorno da fala que dificulta a articulação das palavras. Pessoas com dislalia podem trocar sons, omitir ou adicionar letras, resultando em pronúncia incorreta.
Desvendando a Dislalia: Mais do que uma “falha na fala”
A dislalia, frequentemente rotulada de forma simplificada como “troca de letras”, é um distúrbio da fala que afeta a articulação correta dos fonemas – os sons da fala. Embora comum na infância, a dislalia pode persistir na idade adulta, impactando significativamente a comunicação e a autoestima. Mas, muito além da simples troca de sons, a dislalia apresenta uma complexidade que merece ser compreendida.
Mais que trocas: um universo de dificuldades articulatórias
A ideia de que a dislalia se limita à substituição de um som por outro é uma simplificação excessiva. Na realidade, esse transtorno se manifesta de diversas formas:
- Substituições: Trocar um fonema por outro (ex: “pato” por “bato”).
- Omissões: Deixar de pronunciar um fonema (ex: “casa” por “caça”).
- Adições: Incluir fonemas que não existem na palavra (ex: “amarelo” por “amarelo”).
- Distorções: Pronunciar um fonema de forma incorreta, sem substituição ou omissão clara (ex: um “s” sibilante pronunciado de forma fraca e arrastada).
Essas dificuldades articulatórias podem afetar diferentes tipos de fonemas: consoantes, vogais ou até mesmo grupos consonantais. A combinação desses fatores resulta em uma variedade de manifestações da dislalia, tornando cada caso único e necessitando de uma avaliação individualizada.
Causas e fatores contribuintes:
As causas da dislalia são multifatoriais e ainda não completamente compreendidas. Fatores orgânicos, como problemas estruturais na boca (lábio leporino, fissuras palatinas), língua presa (anquiloglossia), alterações dento-maxilares, ou até mesmo paralisia facial, podem interferir na articulação. Entretanto, em muitos casos, não se identifica uma causa orgânica específica, sugerindo um componente de desenvolvimento neurológico.
Além disso, fatores ambientais como a falta de estímulo à linguagem na infância, exposição a modelos de fala inadequados e problemas auditivos podem contribuir para o desenvolvimento ou perpetuação da dislalia.
Impacto na vida da pessoa:
A dislalia pode gerar consequências significativas na vida da pessoa afetada, indo além das dificuldades de comunicação. A criança ou adulto com dislalia pode apresentar:
- Dificuldades de aprendizagem: A compreensão de leitura e escrita pode ser comprometida.
- Baixa autoestima e autoconfiança: A percepção de ser diferente pode levar a isolamento social e insegurança.
- Dificuldades sociais e profissionais: A comunicação comprometida pode afetar as relações interpessoais e o desempenho profissional.
Diagnóstico e tratamento:
O diagnóstico da dislalia é realizado por fonoaudiólogos, por meio de avaliação da fala, audição e exame físico da boca e da região orofacial. O tratamento fonoaudiológico é fundamental e personalizado, envolvendo exercícios específicos para a correção da articulação dos fonemas afetados. A terapia pode incluir jogos, atividades lúdicas e técnicas de estimulação que tornam o processo mais envolvente e eficaz.
Conclusão:
A dislalia é um transtorno complexo que requer atenção e compreensão. Superar a visão simplista de “troca de letras” e reconhecer a diversidade de suas manifestações e o seu impacto na vida da pessoa é o primeiro passo para oferecer um apoio adequado. Com o tratamento fonoaudiológico adequado e o suporte da família e da escola, é possível minimizar as dificuldades e proporcionar uma melhor qualidade de vida para quem convive com a dislalia.
#Dislalia#Fala#IncapacidadeFeedback sobre a resposta:
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