Quais são as doenças consideradas epidêmicas?

4 visualizações

Doenças com potencial epidêmico, segundo a OMSCovid-19, incluem febre hemorrágica da Crimeia-Congo, Ebola, Marburg, Lassa, MERS, SARS, e Nipah.

Feedback 0 curtidas

Além do Óbvio: Desvendando o Conceito de Doenças Epidêmicas e seus Agentes

A palavra “epidemia” evoca imediatamente imagens de caos e preocupação. Mas o que define exatamente uma doença como epidêmica? E quais doenças, além das famosas gripes e pandemias como a COVID-19, se encaixam nessa categoria? A resposta não é tão simples quanto parece, pois envolve fatores epidemiológicos complexos e a constante vigilância da saúde pública.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não divulga uma lista definitiva de “doenças epidêmicas”. O termo “epidemia” descreve a ocorrência inesperada e excessiva de casos de uma determinada doença em uma área geográfica específica e em um período determinado. A chave aqui reside na imprevisibilidade e no aumento significativo de casos em relação à taxa esperada. Uma doença comum que se mantém em níveis baixos e estáveis ao longo do tempo não é considerada epidêmica, mesmo que cause um número significativo de mortes anualmente.

A lista mencionada na introdução (COVID-19, febre hemorrágica da Crimeia-Congo, Ebola, Marburg, Lassa, MERS, SARS e Nipah) representa um conjunto de doenças com alto potencial epidêmico, ou seja, doenças que, dadas as condições favoráveis (como mutações virais, fragilidade do sistema de saúde ou mudanças ambientais), têm grande probabilidade de se espalhar rapidamente e causar surtos generalizados. Essas doenças são frequentemente caracterizadas por:

  • Alta transmissibilidade: A facilidade com que o agente infeccioso se propaga de pessoa para pessoa ou de animal para pessoa.
  • Alta patogenicidade: A capacidade do agente infeccioso de causar doença grave ou morte.
  • Ausência de imunidade prévia na população: A falta de exposição anterior ao patógeno, deixando a população vulnerável.

É importante ressaltar que o potencial epidêmico não garante que uma doença será epidêmica. Muitas doenças com alto potencial permanecem sob controle graças aos esforços de vigilância, prevenção e controle implementados pelas autoridades de saúde. Outros fatores, como a densidade populacional, os hábitos higiênicos e a disponibilidade de recursos médicos, desempenham um papel crucial na determinação do curso de um surto.

Além das doenças virais citadas, outras doenças podem assumir um caráter epidêmico dependendo das circunstâncias. Doenças bacterianas como a cólera, a peste e a meningite meningocócica, assim como infecções parasitárias como a malária e a dengue, são exemplos de doenças com histórico epidêmico em diferentes regiões do mundo. Até mesmo doenças não infecciosas, como algumas formas de intoxicação alimentar, podem gerar surtos epidêmicos em contextos específicos.

Em suma, definir “doenças epidêmicas” exige considerar não apenas o próprio agente infeccioso, mas também o contexto epidemiológico e os fatores que influenciam a sua disseminação. A vigilância contínua e a pronta resposta são fundamentais para prevenir e controlar surtos epidêmicos, protegendo a saúde pública global.