Quais são os sinais e sintomas da sífilis?

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A sífilis pode se manifestar com febre, mal-estar, dor de cabeça e aumento dos gânglios linfáticos pelo corpo. Uma característica marcante é o surgimento de manchas na pele, que tendem a desaparecer espontaneamente em algumas semanas. Essa remissão dos sintomas pode gerar uma falsa sensação de cura, porém, a infecção persiste no organismo, exigindo acompanhamento médico e tratamento adequado.

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A Sífilis: Reconhecendo os Sinais e Sintomas para um Diagnóstico Precoce

A sífilis, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, é uma doença grave que, se não tratada, pode levar a complicações neurológicas, cardiovasculares e até mesmo à morte. A sua manifestação clínica é variável, dependendo da fase da infecção, o que torna crucial conhecer os sinais e sintomas em cada estágio para um diagnóstico e tratamento precoces.

Fase Primária: O Cancro Sifilítico

A fase primária, que geralmente aparece entre 10 e 90 dias após a infecção (média de 3 semanas), é caracterizada pelo aparecimento do cancro sifilítico. Este é uma úlcera única, indolor, geralmente pequena (de 1 a 2 cm), com base firme e bordas endurecidas. Ele surge no local da inoculação da bactéria, frequentemente nos órgãos genitais (pênis, vagina, ânus), mas pode aparecer na boca, lábios ou dedos. O cancro pode ser facilmente confundido com outras lesões, e muitas vezes passa despercebido. Embora indolor, ele pode apresentar leve secreção serosa. Nesta fase, a sífilis é altamente contagiosa.

Fase Secundária: Manifestações Sistêmicas

Após a cicatrização espontânea do cancro (que geralmente ocorre em 3 a 6 semanas), a sífilis entra na fase secundária, que pode manifestar-se com uma ampla gama de sintomas, incluindo:

  • Erupção cutânea: Uma erupção cutânea generalizada, frequentemente maculopapular (manchas planas e pequenas), é um sinal característico desta fase. As manchas podem ser rosadas ou avermelhadas, não coçam e podem aparecer em todo o corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Podem se apresentar como lesões pápulo-escamosas (pequenas elevações com escamas) ou como lesões em forma de placa.
  • Febre: Febre baixa e intermitente é comum.
  • Mal-estar: Sensação generalizada de mal-estar, fadiga e dores musculares.
  • Cefaleia: Dor de cabeça.
  • Adenopatia: Aumento dos gânglios linfáticos, palpáveis em várias regiões do corpo.
  • Lesões mucosas: Úlceras ou manchas brancas na boca, garganta ou ânus.
  • Alopecia: Queda de cabelo, geralmente difusa e simétrica.

Os sintomas da fase secundária podem ser sutis e facilmente confundidos com outras doenças, desaparecendo espontaneamente em algumas semanas ou meses. No entanto, a infecção persiste, podendo evoluir para estágios mais graves.

Fase Latente: A Sífilis “Silenciosa”

Após a fase secundária, a sífilis entra na fase latente, na qual não há sintomas aparentes. Esta fase pode durar anos, e a infecção permanece ativa, mesmo sem manifestações clínicas. A sífilis latente pode ser precoce (menos de um ano de duração) ou tardia (mais de um ano de duração). A pessoa permanece contagiosa na fase latente precoce, principalmente por contato sexual.

Fase Terciária: Complicações Graves

Se não tratada, a sífilis pode evoluir para a fase terciária, anos ou décadas após a infecção inicial. Nesta fase, ocorrem danos graves e irreversíveis em diversos órgãos, como:

  • Neurossífilis: Comprometimento do sistema nervoso central, que pode causar problemas neurológicos, psiquiátricos e até mesmo demência.
  • Sífilis cardiovascular: Afeta o sistema cardiovascular, levando a aneurismas da aorta e insuficiência cardíaca.
  • Sífilis benigna tardia: Formação de granulomas (nódulos inflamatórios) em pele, ossos e órgãos internos.

Conclusão:

A detecção precoce da sífilis é fundamental para evitar complicações graves. A presença de qualquer um dos sintomas descritos acima, especialmente o cancro sifilítico ou uma erupção cutânea inexplicável, requer consulta imediata a um profissional de saúde para realização de exames e tratamento adequado. O diagnóstico é feito através de testes sorológicos (exames de sangue). O tratamento é realizado com antibióticos, e o acompanhamento médico é essencial para garantir a cura e evitar recaídas. Lembre-se: a prevenção através do uso de preservativos em relações sexuais é a melhor forma de evitar a infecção.