Quando é que o fígado arrebenta?

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Em casos de lesão hepática grave com sangramento intenso, o indivíduo pode apresentar sinais de choque. Isso se manifesta por meio de taquicardia, respiração acelerada e alterações na coloração e textura da pele, que se torna fria, pegajosa e pálida ou azulada. A dor e sensibilidade abdominal também são comuns, devido à irritação causada pelo sangue no abdômen.

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O Fígado Arrebenta? Desvendando o Mito e Entendendo as Rupturas Hepáticas

A ideia do fígado “arrebentar” como um balão evoca uma imagem dramática e, felizmente, imprecisa. O fígado, apesar de ser um órgão relativamente macio, não explode ou arrebenta no sentido literal. A expressão popular, provavelmente, busca descrever a intensa dor e gravidade de lesões hepáticas severas, que podem levar a complicações graves, incluindo hemorragia interna. Portanto, é mais correto falar em ruptura hepática do que em fígado “arrebentado”.

As rupturas hepáticas, embora raras, são lesões graves que exigem atenção médica imediata. Elas ocorrem quando o fígado sofre um trauma contundente, geralmente associado a acidentes de trânsito, quedas de altura, agressões físicas ou, menos frequentemente, durante a prática de esportes de contato. Em alguns casos, procedimentos médicos, como biópsias hepáticas, também podem, embora raramente, causar lacerações no fígado.

Mecanismos e Tipos de Ruptura Hepática:

Existem diferentes tipos de rupturas hepáticas, classificadas de acordo com a profundidade e extensão da lesão:

  • Subcapsulares: A lesão acomete o tecido hepático sob a cápsula (membrana externa) do fígado, causando hematoma subcapsular. Podem ser assintomáticas ou apresentar dor abdominal leve a moderada.
  • Intraparenquimatosas: A laceração ocorre dentro do parênquima hepático (tecido funcional do fígado), podendo levar a sangramento interno significativo.
  • Transcapsulares: A lesão atravessa a cápsula do fígado, resultando em hemorragia intra-abdominal grave.

Sinais e Sintomas:

A gravidade dos sintomas varia de acordo com a extensão da lesão. Em casos de rupturas menores, a dor abdominal pode ser o único sintoma. No entanto, rupturas hepáticas significativas podem causar:

  • Dor abdominal intensa: frequentemente localizada no quadrante superior direito do abdômen.
  • Distensão abdominal: devido ao acúmulo de sangue na cavidade abdominal.
  • Sinais de choque hipovolêmico: decorrente da perda de sangue, incluindo:
    • Pele fria, úmida e pálida ou azulada.
    • Taquicardia (frequência cardíaca acelerada).
    • Taquipneia (respiração acelerada).
    • Hipotensão (pressão arterial baixa).
    • Confusão mental ou perda de consciência.

Diagnóstico e Tratamento:

O diagnóstico de ruptura hepática é feito através de exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ultrassonografia, além de exames de sangue para avaliar a função hepática e a extensão da perda sanguínea.

O tratamento depende da gravidade da lesão. Casos leves, com sangramento mínimo e hemodinamicamente estáveis, podem ser tratados conservadoramente, com repouso, monitorização e transfusões de sangue, se necessário. Rupturas mais graves, com sangramento ativo ou sinais de choque, requerem intervenção cirúrgica para controlar o sangramento e reparar a lesão.

Conclusão:

Embora a ideia do fígado “arrebentar” seja imprecisa, as rupturas hepáticas são lesões graves que exigem atenção médica imediata. A compreensão dos mecanismos, sintomas e opções de tratamento é fundamental para garantir o prognóstico e a recuperação do paciente. Em caso de suspeita de lesão hepática, procure atendimento médico de emergência imediatamente.