Quantos tipos de disfagia existem?
A disfagia, dificuldade em engolir, se divide em dois tipos principais: a orofaríngea, que compromete a boca e a faringe, dificultando a iniciação da deglutição; e a esofágica, onde o problema reside na passagem do alimento pelo esôfago após a deglutição já ter sido iniciada. Cada tipo apresenta sintomas e tratamentos específicos.
A Complexidade da Disfagia: Mais do que Dois Tipos
A disfagia, a dificuldade de engolir, é uma condição complexa que afeta significativamente a qualidade de vida dos indivíduos. Embora frequentemente simplificada em apenas dois tipos – orofaríngea e esofágica –, a realidade é mais matizada. A classificação binária, embora útil como ponto de partida, não abarca a variedade de causas e manifestações clínicas da disfagia. Compreender essa complexidade é crucial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
Sim, a disfagia orofaríngea e a disfagia esofágica são categorias fundamentais. A disfagia orofaríngea, como mencionado, involve a fase oral e faríngea da deglutição, ou seja, a preparação do bolo alimentar na boca, a sua movimentação para a faringe e o início da sua progressão para o esôfago. Aqui, a dificuldade pode residir na mastigação, na formação do bolo alimentar, na coordenação dos músculos da língua, palato mole e faringe, levando a tosse, engasgos frequentes, regurgitação nasal e aspiração (entrada de alimento nas vias aéreas).
Já a disfagia esofágica afeta a fase esofágica da deglutição, caracterizada por uma sensação de obstrução ou dificuldade na passagem do alimento pelo esôfago. Essa dificuldade pode ser causada por diferentes fatores, como espasmos esofágicos, acalasia (falta de relaxamento do esfíncter esofágico inferior), estenoses (estreitamento do esôfago) ou tumores. Os sintomas predominantes são a disfagia (sensação de alimento “preso”), dor torácica ao engolir (odinofagia), regurgitação e vômitos.
Mas a classificação não se limita a esta dicotomia. A disfagia pode ser classificada de diversas outras maneiras, dependendo do foco da avaliação:
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De acordo com a etiologia: Neurológica (AVC, Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica), mecânica (tumores, estenoses, diverticulos), funcional (sem causa orgânica identificada), iatrogênica (causada por tratamento médico). Essa classificação leva em consideração a causa subjacente à dificuldade de engolir.
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De acordo com a fase da deglutição afetada: Oral, faríngea ou esofágica, refletindo a etapa do processo de deglutição comprometida. Muitas vezes, a disfagia apresenta componentes de mais de uma fase.
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De acordo com a gravidade: Leve, moderada ou grave, considerando o impacto da disfagia na alimentação e na qualidade de vida do paciente.
Portanto, falar em “tipos” de disfagia requer uma abordagem mais abrangente. A simples divisão em orofaríngea e esofágica, embora útil para uma compreensão inicial, não reflete a complexidade dessa condição. Uma avaliação completa, que leve em consideração a história clínica do paciente, o exame físico e, possivelmente, estudos complementares como a videofluoroscopia da deglutição, é essencial para determinar a causa e o tipo específico de disfagia, permitindo assim a escolha do tratamento mais adequado. A abordagem multidisciplinar, envolvendo fonoaudiólogos, gastroenterologistas, neurologistas e outros especialistas, é fundamental para o manejo dessa condição frequentemente debilitante.
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