Como saber a pessoa do texto?

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Para identificar a pessoa do discurso, observe quem está falando, com quem se fala e de quem se fala. A primeira pessoa representa o emissor (eu/nós), a segunda, o receptor (tu/vós/você/o senhor), e a terceira, o referente (ele/eles/ela/elas).

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Identificando a Pessoa do Discurso: Quem está falando, a quem e de quem?

Compreender a pessoa do discurso é fundamental para analisar a estrutura e o sentido de um texto. É a chave para desvendar quem está falando, para quem e sobre quem. Esse elemento, muitas vezes subestimado, revela importantes nuances de interação e contexto. Este artigo explora como identificar a pessoa do discurso de forma precisa.

Ao contrário do que alguns possam imaginar, a determinação da pessoa do discurso não se limita a identificar “eu”, “tu” ou “ele”. Envolve uma análise mais complexa, considerando a tripla relação: quem fala, a quem se fala e de quem se fala.

A primeira pessoa (eu/nós) representa o emissor, ou seja, quem produz a mensagem. É a perspectiva individual ou coletiva do autor. Neste caso, o foco recai sobre a experiência interna do autor, seus pensamentos e sentimentos, ou a visão compartilhada por um grupo.

A segunda pessoa (tu/vós/você/o senhor) refere-se ao receptor da mensagem. É a pessoa a quem o discurso se dirige. A escolha entre as formas “tu”, “vós” (menos frequente hoje em dia) e as formas mais formais “você” e “o senhor” influencia diretamente o tom e a relação entre emissor e receptor. Um texto escrito em “tu” demonstra uma proximidade, enquanto “você” e “o senhor” podem indicar formalidade ou distância.

Já a terceira pessoa (ele/eles/ela/elas) se refere ao referente, ou seja, a pessoa, animal ou coisa de quem ou do que se fala. Essa pessoa não está diretamente envolvida na comunicação, mas é objeto da atenção do emissor. Observar as escolhas de pronomes na terceira pessoa é crucial para entender quem está sendo descrito, analisado ou julgado no texto.

É importante notar que a pessoa do discurso pode mudar ao longo do texto. Um autor pode iniciar um texto na primeira pessoa, descrevendo sua experiência pessoal, e depois migrar para a terceira pessoa, para narrar a história de um personagem.

Além da análise gramatical dos pronomes pessoais, a identificação da pessoa do discurso pode ser auxiliada por outros elementos textuais. O contexto, a escolha de verbos e adjetivos e, principalmente, a intenção do autor, são fatores cruciais para uma interpretação precisa. Um discurso argumentativo, por exemplo, pode recorrer à terceira pessoa para objetivar o debate, enquanto um relato pessoal frequentemente se expressa na primeira pessoa.

Em resumo, identificar a pessoa do discurso não é apenas uma questão gramatical, mas sim uma tarefa interpretativa que leva em conta a complexa interação entre emissor, receptor e referente. Esta compreensão profunda é fundamental para compreender a intenção do autor e o sentido do texto em sua totalidade. A análise das escolhas linguísticas relacionadas à pessoa do discurso nos permite aprofundar nossa interpretação e análise crítica de qualquer texto.