Tem medo de perder a pessoa amada?

Aprisionado pelo medo: quando o amor se torna correntes

É natural sentir um frio na barriga ao imaginar a vida sem aquela pessoa especial. O medo de perder quem amamos nos acompanha como uma sombra, sussurrando dúvidas e alimentando inseguranças. Afinal, somos seres sociais, programados para buscar conexões e construir laços afetivos. A mera ideia de romper esses laços desperta em nós um turbilhão de emoções, da tristeza à angústia, da raiva à solidão.

Em doses moderadas, essa preocupação é um sinal de que a relação realmente importa, de que construímos algo valioso que não queremos perder. Mas quando o medo se torna paralisante, transformando-se em um fardo que impede a felicidade e o crescimento do casal, é hora de acender o sinal de alerta.

Viver constantemente com medo da perda pode nos levar a comportamentos nocivos, como:

• Posse e controle: a insegurança pode nos transformar em carcereiros, buscando controlar cada passo do outro por medo de perdê-lo. Acabamos sufocando a relação com ciúmes excessivo, cobranças infundadas e tentativas de limitar a liberdade do outro.
• Autossabotagem: o medo da rejeição pode nos levar a sabotar a relação inconscientemente. Passamos a agir com insegurança, carência excessiva e baixa autoestima, minando a base da confiança e do afeto.
• Anulação pessoal: na tentativa desesperada de manter o outro a qualquer custo, podemos abrir mão de nossos próprios sonhos, vontades e individualidade. Nos anulamos para caber em uma caixa pré-definida, acreditando que essa é a única forma de garantir o amor do outro.

É importante lembrar que o amor verdadeiro não se baseia em posse ou controle, mas sim em liberdade, respeito e confiança mútua. Tentar aprisionar alguém em uma gaiola dourada não impedirá que ela voe para longe, apenas a privará da felicidade de escolher ficar ao seu lado por livre e espontânea vontade.

Se o medo da perda está controlando sua vida e afetando sua relação, procure ajuda profissional. Um psicólogo pode te auxiliar a identificar as raízes dessa insegurança, desenvolver mecanismos para lidar com as emoções e construir uma relação mais saudável, baseada em confiança e respeito. Lembre-se: o amor não deve ser uma fonte de sofrimento, mas sim um porto seguro para a felicidade.