Quem tem dislalia tem TDAH?

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Dislalia não implica em TDAH. Ela se divide em dois tipos principais: a audiógena, causada por deficiência auditiva, dificultando a reprodução dos sons; e a orgânica, resultante de lesões cerebrais ou alterações na estrutura da boca ou língua, comprometendo a articulação correta das palavras.

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Dislalia e TDAH: Desvendando a Relação e Desfazendo Mitos

A dislalia e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) são condições distintas que podem afetar crianças e adultos, mas é crucial entender que ter dislalia não significa, necessariamente, ter TDAH, e vice-versa. Embora ambas as condições possam, em alguns casos, coexistir, a presença de uma não implica na existência da outra.

O que é Dislalia e suas Causas?

A dislalia é um distúrbio da fala caracterizado pela dificuldade em articular corretamente os sons da fala. Essa dificuldade pode se manifestar na omissão, substituição, distorção ou inversão de fonemas (unidades básicas do som).

A dislalia se divide principalmente em dois tipos:

  • Dislalia Audiógena: Neste caso, a dificuldade na fala é consequência de uma deficiência auditiva. A pessoa com dificuldade em ouvir os sons corretamente tem dificuldade em reproduzi-los de forma precisa. É fundamental investigar a audição em crianças com suspeita de dislalia.
  • Dislalia Orgânica: Esta forma de dislalia decorre de alterações físicas ou neurológicas que afetam os órgãos responsáveis pela fala. Isso pode incluir lesões cerebrais que afetam a coordenação motora da fala ou alterações na estrutura da boca, língua, palato (céu da boca) ou dentes, dificultando a articulação dos sons.

Entendendo o TDAH:

O TDAH, por sua vez, é um transtorno neurobiológico caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esses sintomas podem impactar significativamente o desempenho escolar, profissional e social da pessoa.

A (In)Existência de uma Ligação Direta:

Não há evidências científicas que sustentem uma relação causal direta entre dislalia e TDAH. Ou seja, a presença de dislalia não causa TDAH, e ter TDAH não causa dislalia.

Possíveis Coincidências e Considerações Importantes:

Apesar da ausência de uma relação direta, é importante considerar alguns pontos:

  • Dificuldades de Aprendizagem: Tanto a dislalia quanto o TDAH podem impactar o desempenho escolar da criança. A dificuldade em articular os sons da fala pode levar a problemas na leitura e escrita (dislexia), enquanto o TDAH pode dificultar a concentração e a organização necessárias para o aprendizado.
  • Impacto Emocional: Crianças com dislalia podem sentir-se frustradas e envergonhadas com suas dificuldades na fala, o que pode levar a problemas de autoestima e ansiedade. O mesmo pode ocorrer com crianças com TDAH, que podem enfrentar dificuldades em controlar seus impulsos e manter a atenção.
  • Comorbidades: Em alguns casos, a dislalia e o TDAH podem coexistir, ou seja, a criança pode apresentar ambas as condições simultaneamente. Nesses casos, é fundamental que a criança receba um diagnóstico preciso e um tratamento adequado para ambas as condições.
  • Avaliação Multidisciplinar: Em casos de suspeita de dislalia ou TDAH, é fundamental procurar uma avaliação multidisciplinar, envolvendo fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas e outros profissionais da saúde. Essa avaliação é essencial para identificar as causas das dificuldades da criança e planejar um tratamento individualizado.

Em Resumo:

Dislalia e TDAH são condições distintas que podem, em alguns casos, coexistir. A dislalia é um distúrbio da fala que afeta a articulação dos sons, enquanto o TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta a atenção, a hiperatividade e a impulsividade. É fundamental buscar uma avaliação profissional para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado em casos de suspeita de qualquer uma dessas condições. A intervenção precoce é fundamental para minimizar o impacto dessas condições no desenvolvimento da criança e promover seu bem-estar.