Como devemos chamar pessoas autistas?

6 visualizações

É importante usarmos a linguagem correta e respeitosa ao nos referirmos a pessoas autistas. Devemos utilizar pessoa autista e evitar termos como portador de autismo ou pessoa com autismo. O termo criança com deficiência ou pessoa com deficiência é o recomendado pela lei para casos de deficiência, mas não se aplica à condição do autismo.

Feedback 0 curtidas

Linguagem Inclusiva e Respeitosa: Como nos Referirmos a Pessoas Autistas

A forma como nos referimos às pessoas autistas reflete nossa compreensão e respeito por suas experiências. A linguagem, nesse contexto, não é apenas um detalhe, mas um elemento fundamental na construção de uma sociedade inclusiva. Utilizar a terminologia adequada é crucial para evitar a estigmatização e promover a valorização da neurodiversidade.

A recomendação mais atual e amplamente aceita por especialistas e ativistas autistas é utilizar a expressão “pessoa autista” ou “autista”. Essa linguagem enfatiza a identidade autista como parte intrínseca da pessoa, e não como uma condição separada ou um atributo negativo a ser “superado”. O autismo é uma característica inerente, assim como a cor dos olhos ou o tipo de cabelo. Não se trata de algo que “se tem”, mas sim de algo que é.

Evitar termos como “portador de autismo” ou “pessoa com autismo” é fundamental. Essas expressões medicalizam o autismo, colocando-o como uma doença a ser carregada ou algo que afeta a pessoa de forma secundária. Elas reforçam um modelo médico que, muitas vezes, prioriza a “cura” em detrimento da aceitação e da celebração da neurodiversidade.

É importante também diferenciar o uso da terminologia para pessoas autistas da terminologia utilizada para pessoas com deficiência. Embora o autismo possa, em alguns casos, acarretar desafios em áreas específicas, ele não é, intrinsecamente, uma deficiência. A lei, ao se referir a “pessoa com deficiência”, abrange uma gama ampla de condições que afetam o funcionamento do corpo e/ou da mente, muitas delas com características físicas perceptíveis. O autismo, por sua vez, é uma condição neurológica que, muitas vezes, não apresenta manifestações físicas evidentes. Assim, o termo “pessoa com deficiência” não se aplica adequadamente ao autismo.

Usar a palavra “autista” por si só, em contextos apropriados, não é depreciativo. A questão não reside na palavra em si, mas no contexto e na intenção. Utilizá-la com respeito e dignidade demonstra uma compreensão e aceitação da identidade autista. Entretanto, o contexto e o ambiente devem ser considerados. É importante estar atento ao público e ao propósito da comunicação.

Em suma, optar por “pessoa autista” ou “autista” é uma demonstração de respeito e de reconhecimento da identidade autista. É um passo fundamental para construir um mundo mais inclusivo e justo para todas as pessoas, independentemente de suas neurodiversidades. A linguagem que empregamos reflete nossos valores, e optar pela linguagem inclusiva é uma maneira poderosa de promover a inclusão e o respeito.