Quais são as gírias mais usadas hoje?

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As gírias brasileiras mais em alta incluem sextou (comemoração da sexta), treta (confusão), zueira (brincadeira), trocar ideia (conversar), crush (atração), perrengue (problema), firmeza (qualidade positiva) e lacrou (arrasou).

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A Língua que Se Reinventa: Um Giro pelas Gírias Brasileiras do Momento

A língua portuguesa brasileira é um organismo vivo, em constante transformação. A incorporação de novas palavras e a evolução do significado de termos antigos são reflexos da dinâmica social e cultural do país. As gírias, em especial, funcionam como um termômetro dessa efervescência, refletindo tendências, humor e a criatividade da população. Mas quais são as gírias mais usadas no Brasil hoje? A resposta não é simples, pois a popularidade varia regionalmente e sofre flutuações constantes. Entretanto, podemos identificar algumas expressões que atravessam as fronteiras geográficas e geracionais, marcando presença no dia a dia dos brasileiros.

Ultrapassando a lista básica frequentemente encontrada na internet (que inclui termos como “sextou”, “treta”, “zueira”, “crush”, etc.), vamos aprofundar-nos na nuance e na contextualização do uso dessas expressões, além de apresentar algumas outras que ganham força no cenário atual:

Gírias que resistem ao tempo, mas com novos matizes:

  • “De boas”: Embora já presente há algum tempo, “de boas” continua sendo amplamente usado para expressar tranquilidade, relaxamento ou concordância, com um tom informal e descontraído. A sua versatilidade permite diversas aplicações, desde “Tá de boas?” (tudo bem?) até “De boas, vamos lá!” (sem problemas, vamos em frente!).

  • “Mano/Maninha”: Termos de origem popular que transcendem a simples referência a irmãos. São utilizados como formas de tratamento informal e amigável, demonstrando proximidade e camaradagem, independentemente do grau de parentesco.

Novas entradas no vocabulário informal:

  • “Brabo/Braba”: Significa algo “incrível”, “impressionante”, “excelente”. Acontecimentos positivos, conquistas e até mesmo pessoas admiradas podem ser qualificadas como “brabas”.

  • “Rolê”: Apesar de sua origem antiga, o “rolê” (passeio, encontro casual) ganhou novo fôlego com a popularização de aplicativos de encontro e redes sociais, conotando um encontro despretensioso e divertido.

  • “Sus”: Abreviação de “suspeito”, expressa desconfiança ou incerteza diante de uma situação ou de uma afirmação. Frequentemente utilizado de forma irônica.

  • “Vrau”: Onomatopeia que expressa algo potente, intenso, impactante. Associado a ações, produtos ou acontecimentos considerados fora do comum.

Gírias que refletem a cultura digital:

  • “Influenciador digital/influencer”: Apesar de não ser propriamente uma gíria, a utilização do termo “influencer” no cotidiano demonstra a penetração da cultura digital no nosso idioma. Sua utilização vai além do contexto profissional, sendo usada para descrever pessoas que influenciam o pensamento ou comportamento de um grupo.

  • “Lives”: A palavra em inglês, mantendo-se inalterada, tornou-se parte do vocabulário brasileiro para designar transmissões ao vivo pela internet.

É importante lembrar que o uso de gírias é contextual. O que é aceitável em um grupo de amigos pode ser inadequado em um ambiente profissional. A compreensão do significado e da conotação de cada expressão é fundamental para evitar mal-entendidos. Este breve panorama, portanto, aponta para uma pequena parcela da rica e dinâmica paisagem das gírias brasileiras, que continuam a evoluir e a enriquecer a nossa língua.