Quando é que a frase é passiva?
A voz passiva inverte a relação agente-ação: o sujeito recebe a ação do verbo, ao contrário da voz ativa, onde o sujeito a pratica. Exemplo: O queijo [sujeito] foi comido [voz passiva] pelo rato [complemento agente].
Quando uma frase é passiva? Desvendando a voz passiva em português
A voz passiva é um recurso da língua portuguesa que altera a perspectiva da frase, mudando o foco da ação. Ao invés de destacar quem executa a ação (agente), ela enfatiza quem a recebe (paciente). Essa inversão é fundamental para a compreensão da construção passiva e sua aplicação correta. Mas como identificar com certeza quando uma frase está na voz passiva?
A chave para a identificação reside na análise da estrutura da oração. Uma frase na voz passiva sempre apresenta um verbo na forma passiva, conjugado em um tempo verbal qualquer, acompanhado ou não de uma locução verbal auxiliar. Existem dois tipos principais de voz passiva: a passiva analítica e a passiva sintética (ou pronominal).
1. Voz Passiva Analítica:
Essa é a forma mais comum e facilmente identificável. Ela se caracteriza pelo uso de um verbo auxiliar (ser, estar, ficar, etc.) conjugado no mesmo tempo e modo do verbo principal, que se apresenta no particípio. O agente da passiva, se explícito, é introduzido pela preposição “por” ou “de”.
- Exemplo 1: A torta foi assada (verbo auxiliar “ser” + particípio “assada”) pela minha avó (agente da passiva).
- Exemplo 2: O livro está sendo lido (verbo auxiliar “estar” + gerúndio “sendo” + particípio “lido”) pelos alunos.
- Exemplo 3: A cidade ficou devastada (verbo auxiliar “ficar” + particípio “devastada”) pela enchente.
Observe que, nesses exemplos, o sujeito passivo (“a torta”, “o livro”, “a cidade”) recebe a ação. O agente da passiva, embora às vezes omitido, pode ser explicitado, indicando quem realizou a ação.
2. Voz Passiva Sintética (ou Pronominal):
Esta forma é mais sutil e exige atenção. Utiliza-se um verbo na voz ativa, porém acompanhado de um pronome apassivador (“se”). Esse pronome não tem função sintática de objeto direto, mas sim de indicador da voz passiva. A concordância verbal se faz com o sujeito paciente.
- Exemplo 4: Vendem-se casas (sujeito: casas; verbo: vendem-se).
- Exemplo 5: Construiu-se um novo prédio na região (sujeito: um novo prédio; verbo: construiu-se).
- Exemplo 6: Consertam-se computadores aqui (sujeito: computadores; verbo: consertam-se).
Aqui, a ação é praticada por um agente indeterminado, ou seja, não é especificado quem vende as casas, quem construiu o prédio ou quem conserta os computadores. A ênfase recai sobre o sujeito paciente (“casas”, “prédio”, “computadores”) que sofre a ação.
Diferenciando a voz passiva da voz reflexiva:
É importante diferenciar a voz passiva da voz reflexiva, que também pode usar o pronome “se”. Na voz reflexiva, o sujeito pratica e recebe a ação simultaneamente.
- Exemplo (Reflexiva): Ele se machucou (ele praticou a ação de se machucar e também a recebeu).
Na voz passiva sintética, o sujeito apenas recebe a ação, sem praticá-la.
Em resumo, para identificar uma frase na voz passiva, procure por verbos na forma passiva analítica (verbo auxiliar + particípio) ou na forma passiva sintética (verbo na terceira pessoa do singular ou plural + pronome apassivador “se”, com concordância verbal com o sujeito paciente). Ao analisar a estrutura da oração, você conseguirá identificar facilmente a voz passiva e compreender a mudança de foco na relação agente-ação.
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