Como é que chama criança em Portugal?

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Em Portugal, além de criança, usa-se miudagem informalmente. Em algumas regiões do Norte, canalha (termo pejorativo) e catraiada (de catraio) também são comuns. Petizada (de petiz) é outra opção mais antiga.

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Mais que “Criança”: Um mergulho na diversidade da linguagem infantil em Portugal

A palavra “criança” é, sem dúvida, a designação mais comum e formal para se referir a uma pessoa em idade infantil em Portugal. No entanto, a riqueza da língua portuguesa transcende essa simplicidade, oferecendo um leque de expressões alternativas, muitas delas carregadas de conotações regionais e informas. A forma como os portugueses se referem às crianças reflete não só a idade, mas também o contexto social e a familiaridade com as mesmas.

Enquanto “criança” se mantém como a opção padrão em contextos formais e escritos, a conversa informal revela uma variedade fascinante. Um termo bastante comum e amplamente utilizado é “miudagem”. Esta palavra coletiva, de tom familiar e carinhoso, denota um grupo de crianças, evocando a imagem de uma turminha agitada e brincalhona. É a designação perfeita para descrever um bando de crianças a correr e a rir num parque, por exemplo.

A geografia portuguesa também influencia a maneira como as crianças são nomeadas. No Norte do país, por exemplo, é possível ouvir termos menos frequentes em outras regiões. “Canaalha”, embora possa ser interpretado como um termo pejorativo em outros contextos, é usado em algumas zonas do Norte para se referir a um grupo de crianças, geralmente de forma informal e sem conotação negativa acentuada, dependendo fortemente do tom de voz e contexto. Já “catraiada”, derivado de “catraio” (que significa criança ou jovem rapaz), também é uma expressão regional, representando um grupo de crianças, muitas vezes associada a um tom mais jovial e informal.

Outra opção, mais antiga e com um certo charme nostálgico, é “petizada”, derivado de “petiz”. Esta palavra evoca uma imagem de crianças pequenas e delicadas, com um toque de ternura e afeto. Seu uso é menos frequente na linguagem corrente, mas ainda persiste em algumas regiões e em contextos específicos, conferindo um tom mais literário ou até mesmo arcaico à conversa.

Em suma, a forma como se designa uma criança em Portugal vai muito além da simples palavra “criança”. A escolha lexical varia consoante o contexto, a região geográfica e o grau de formalidade. A utilização de termos como “miudagem”, “canalha”, “catraiada” e “petizada” enriquece a língua, mostrando a sua flexibilidade e a capacidade de expressar nuances sutis através da escolha vocabular. Observar e compreender esta diversidade é uma forma de apreciar a riqueza e a complexidade da língua portuguesa em seu território.