Como estão divididos os pronomes pessoais?

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No português brasileiro, a colocação padrão dos pronomes oblíquos átonos (me, te, o/a, nos, vos, os/as, lhe/lhes) é posterior ao verbo, um fenômeno gramatical conhecido como ênclise. Essa regra geral posiciona o pronome como um apêndice verbal, conectando-se ao verbo de forma direta. Exemplos comuns demonstram essa aplicação, como em Achei-o ou Disseram-me.

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A Divisão dos Pronomes Pessoais no Português Brasileiro: Uma Abordagem por Função e Forma

Os pronomes pessoais, peças fundamentais na construção frasal, substituem substantivos, evitando repetições e tornando a comunicação mais fluida. No português brasileiro, eles se dividem de acordo com sua função na oração e sua forma, apresentando particularidades que enriquecem a língua. A compreensão dessa divisão é crucial para o domínio da norma culta e para a expressividade na comunicação.

1. Divisão por Função Sintática:

Esta classificação analisa o papel que o pronome desempenha na oração, dividindo-os em:

  • Pronomes retos: Funcionam como sujeito da oração, indicando quem pratica a ação verbal. São eles: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. Exemplo: Eu organizei a festa. Eles chegaram atrasados.

  • Pronomes oblíquos: Desempenham funções sintáticas diversas, como objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, etc. Subdividem-se em:

    • Átonos: Não possuem tonicidade própria e se apoiam foneticamente no verbo. São eles: me, te, se, o/a, lhe, nos, vos, os/as, lhes. Exemplo: Ele me entregou o livro. Contei-lhe a verdade. Observação importante: a colocação pronominal dos oblíquos átonos segue regras específicas (próclise, ênclise e mesóclise).

    • Tônicos: Possuem tonicidade própria e são sempre precedidos por preposição. São eles: mim, ti, si, ele/ela, nós, vós, eles/elas, consigo. Exemplo: O presente é para mim. Entre mim e ti não há segredos.

2. Divisão por Forma:

Esta classificação considera as variações morfológicas dos pronomes, dividindo-os em:

  • Pronomes do caso reto: Como mencionado, são eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. Sua forma se mantém relativamente estável, variando apenas em número e gênero (no caso da 3ª pessoa).

  • Pronomes do caso oblíquo: Apresentam maior variedade de formas, dependendo da função sintática e da sua tonicidade. A tabela a seguir ilustra essa diversidade:

Função/Tonicidade 1ª Pessoa Singular 2ª Pessoa Singular 3ª Pessoa Singular (M/F) 1ª Pessoa Plural 2ª Pessoa Plural 3ª Pessoa Plural (M/F) Reflexivo
Átono me te o/a, lhe nos vos os/as, lhes se
Tônico mim, comigo ti, contigo ele/ela, consigo nós, conosco vós, convosco eles/elas, consigo si, consigo

3. Considerações Adicionais:

  • Os pronomes de tratamento (você, senhor, senhora, etc.) são classificados à parte, embora funcionalmente se comportem como pronomes pessoais.

  • A escolha do pronome correto depende do contexto e da função que ele desempenha na frase. O uso inadequado pode gerar ambiguidade ou incorreções gramaticais.

Compreender a divisão dos pronomes pessoais no português brasileiro é essencial para a construção de frases claras, concisas e gramaticalmente corretas. A análise por função e forma oferece um panorama completo desse importante elemento da língua, permitindo ao falante utilizar os pronomes com precisão e expressividade.