Como o verbo fazer se classifica?

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Na frase analisada, fazer é um verbo transitivo direto, pois exige um objeto direto, enquanto girar é intransitivo, pois sua ação não recai sobre outro termo. Cada verbo atua como principal dentro de sua própria oração.

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A Classificação do Verbo “Fazer”: Uma Análise Complexa

O verbo “fazer”, na língua portuguesa, apresenta uma riqueza morfológica e semântica que o torna um dos mais versáteis e, consequentemente, complexos de se classificar. Sua classificação não se resume a uma única categoria gramatical, variando de acordo com o contexto em que é empregado. A afirmação de que “fazer” é apenas transitivo direto, como sugerido no trecho fornecido, é uma simplificação excessiva.

A classificação do verbo depende, primordialmente, do seu significado e da sua relação com os termos da oração. Vamos analisar algumas de suas principais classificações:

1. Verbo Transitivo Direto (VTD): Nesta função, “fazer” indica a realização de uma ação que recai diretamente sobre um objeto. Exemplos:

  • “Ele fez o bolo.” (O objeto direto é “o bolo”)
  • “A costureira fez um vestido lindo.” (O objeto direto é “um vestido lindo”)
  • “Fazemos exercícios diariamente.” (O objeto direto é “exercícios”)

Neste caso, a pergunta “O que ele fez?” ou “O que a costureira fez?” recebe como resposta o objeto direto.

2. Verbo Transitivo Indireto (VTI): Em alguns contextos, “fazer” pode ser transitivo indireto, necessitando de uma preposição para ligar-se ao seu complemento. Exemplos:

  • “Fazemos referência a esse autor.” (O objeto indireto é “a esse autor”)
  • “Ele faz questão de participar.” (O objeto indireto é “de participar”)
  • “Fazem pouco caso dos avisos.” (O objeto indireto é “dos avisos”)

Aqui, a pergunta que revelaria o complemento seria “A que/a quem ele faz referência?”.

3. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI): “Fazer” também pode ser transitivo direto e indireto simultaneamente.

  • “Ele fez um favor ao amigo.” (Objeto direto: “um favor”; objeto indireto: “ao amigo”)

Neste caso, necessitamos de duas perguntas: “O que ele fez?” e “A quem ele fez o favor?”.

4. Verbo Intransitivo (VI): Apesar de menos frequente, “fazer” pode ser intransitivo, indicando ocorrência de fenômenos naturais ou passagem do tempo, sem necessitar de complemento.

  • “Faz frio hoje.”
  • “Faz anos que não o vejo.”
  • “Já faz uma semana.”

Aqui, não há objeto direto ou indireto. A ação simplesmente acontece.

5. Verbo de Ligação (VL): Em construções com predicativo, “fazer” pode atuar como verbo de ligação.

  • “O tempo faz frio.” (“Frio” é o predicativo do sujeito “o tempo”)

Nesta construção, “fazer” não exprime ação, mas sim estado.

Conclusão:

A classificação do verbo “fazer” é dependente do contexto frasal. Não se pode atribuir uma única classificação a ele, como se fosse um elemento invariável. Compreender a sua versatilidade e as diversas nuances de seu significado é fundamental para uma análise gramatical precisa. A análise precisa levar em conta o contexto para determinar corretamente a função sintática e a classificação do verbo em cada situação específica.