Como saber se o verbo é pessoal ou impessoal?

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Verbos pessoais flexionam-se em todas as pessoas verbais (eu, tu, ele, nós, vós, eles). Já os verbos impessoais, como os que indicam fenômenos naturais (chover, nevar, amanhecer), apresentam apenas a 3ª pessoa do singular (ele/ela/it). A conjugação em outras pessoas não ocorre.

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Desvendando o Mistério: Verbos Pessoais e Impessoais na Língua Portuguesa

Saber identificar se um verbo é pessoal ou impessoal é crucial para uma comunicação clara e gramaticalmente correta. Enquanto os verbos pessoais se adaptam a diferentes sujeitos, os impessoais permanecem inalterados, transmitindo a ideia de uma ação sem um agente específico. Mas como diferenciá-los na prática, além da regra básica da flexão? Este artigo explora nuances e contextos que facilitam essa identificação, indo além da simples memorização.

A regra geral, como já sabemos, define que verbos pessoais flexionam-se em número (singular/plural) e pessoa (eu, tu, ele/ela/você, nós, vós, eles/elas/vocês), concordando com o sujeito da oração. Por exemplo: Eu corro, ele corre, nós corremos. Já os impessoais, tradicionalmente associados a fenômenos da natureza como chover, nevar, trovejar e amanhecer, aparecem apenas na 3ª pessoa do singular. Dizemos “Chove muito”, e não “Eu chovo” ou “Nós chovemos”.

No entanto, a classificação de um verbo como impessoal pode ir além dos fenômenos naturais. O verbo haver, no sentido de existir ou ocorrer, também é impessoal. Observe: “ muitas pessoas na festa” (e não “Hão muitas pessoas”). Similarmente, o verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômenos climáticos comporta-se de maneira impessoal: “Faz duas semanas que não a vejo” ou “Faz frio hoje”.

A impessoalidade, porém, não é um traço fixo de um verbo. O contexto é fundamental. O verbo fazer, por exemplo, pode ser pessoal quando indica “produzir” ou “executar”: “Eu faço bolos deliciosos”. Da mesma forma, o verbo haver pode flexionar-se quando possui sujeito, como no sentido de “obter”: “Eles houveram permissão para sair”.

Outro ponto importante é a influência do verbo impessoal sobre outros verbos que o acompanham em locuções verbais. Em “Deve haver muitos livros na biblioteca”, o verbo auxiliar dever também se mantém na 3ª pessoa do singular, concordando com a impessoalidade do verbo haver.

Para concluir, identificar verbos pessoais e impessoais exige atenção ao contexto e à função do verbo na frase. Memorizar a lista de verbos tipicamente impessoais é útil, mas entender a lógica por trás da impessoalidade, sua relação com a ausência de um agente específico da ação, e a influência sobre verbos auxiliares, garante uma aplicação correta e segura da norma culta da língua portuguesa. A prática da leitura e da escrita, aliada à consulta a gramáticas e dicionários, aprimora essa habilidade essencial para uma comunicação eficaz.