Como tratar pela terceira pessoa?

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Ao tratar alguém por um título (Sr. Doutor, Sra. Engenheira) ou usando o ou a antes do nome (A Maria, O João), a conjugação verbal permanece na terceira pessoa. Isso mantém a formalidade ou familiaridade pretendida, sem alterar a estrutura gramatical. Em vez de Você vai?, diga O Sr. Doutor vai?, garantindo respeito e adequação ao contexto.

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A Arte de Tratar pela Terceira Pessoa: Formalidade e Respeito na Comunicação

A terceira pessoa do singular (ele/ela) e do plural (eles/elas) na língua portuguesa não se limita a descrever ações de indivíduos ausentes. Ela desempenha um papel crucial na construção de diferentes níveis de formalidade e respeito na comunicação, especialmente quando se trata de dirigir a palavra a alguém. Utilizá-la com maestria demonstra cuidado com a interlocução e sofisticação linguística. Este artigo desmistifica o uso da terceira pessoa em situações formais, explorando seus benefícios e nuances.

Ao contrário do que muitos pensam, a utilização da terceira pessoa não se resume apenas ao emprego de pronomes como “ele” e “ela”. A estratégia mais comum e eficaz para se referir a alguém formalmente pela terceira pessoa envolve o uso de títulos profissionais ou de tratamento precedendo o nome, como “Sr.”, “Sra.”, “Dr.”, “Dra.”, “Eng.”, etc., acompanhados de verbos conjugados na terceira pessoa. Por exemplo, em vez de “Você está bem?”, a frase correta e formal seria “O Senhor está bem?” ou “A Senhora está bem?”.

Essa forma de tratamento, além de denotar respeito, mantém uma distância social adequada, essencial em contextos profissionais ou em situações que requerem maior formalidade. Imagine uma conversa com um juiz, um reitor de universidade ou um cliente de extrema importância. Utilizar a segunda pessoa (“você”) poderia ser interpretado como informal ou até mesmo desrespeito, dependendo do contexto sociocultural.

Outro ponto importante é a consistência. Se você inicia a conversa utilizando a terceira pessoa, mantenha-a até o final. Alternar entre a segunda e a terceira pessoa demonstra falta de cuidado e quebra a harmonia da comunicação. A escolha da forma de tratamento deve ser feita de acordo com o contexto e a sua relação pré-existente com a pessoa em questão.

A utilização de “o/a” + nome (ex: “A Maria precisa verificar os documentos”) também configura uma forma de tratamento na terceira pessoa, embora menos formal do que o emprego de títulos. Esta forma é adequada para situações em que há um nível de familiaridade, mas ainda se deseja manter um certo distanciamento formal. A escolha entre os dois métodos depende, portanto, da sutileza da relação e do contexto em que a comunicação ocorre.

Em suma, o tratamento pela terceira pessoa é uma ferramenta poderosa na construção de uma comunicação respeitosa e adequada a diferentes contextos. Dominar seu uso demonstra não só conhecimento gramatical, mas também sensibilidade social e capacidade de adequar a linguagem à situação comunicativa, contribuindo para relações mais harmoniosas e produtivas. Lembre-se: a escolha da forma de tratamento é um reflexo de nossa postura e respeito para com o outro.