É correto dizer houveram?
A forma correta é sempre houve, pois o verbo haver é impessoal e só se conjuga na 3ª pessoa do singular.
“Houveram” ou “Houve”: Desvendando o Mistério da Impessoalidade do Verbo Haver
Em meio à vastidão da língua portuguesa, algumas questões gramaticais persistem em gerar dúvidas e debates. Uma delas, bastante frequente, reside no uso do verbo “haver” no sentido de “existir” ou “acontecer”. Afinal, é correto dizer “houveram” ou a forma correta é sempre “houve”?
Para desmistificar essa questão, é crucial entender a natureza impessoal do verbo “haver” quando empregado nesses contextos específicos. Um verbo impessoal, por definição, não possui um sujeito determinado. Em outras palavras, ele não se refere a uma pessoa ou coisa específica que realiza a ação.
A Regra de Ouro: Impessoalidade e Singularidade
Quando o verbo “haver” é utilizado para indicar existência ou acontecimento, ele se torna impessoal e, consequentemente, invariável. Isso significa que ele deve ser conjugado exclusivamente na terceira pessoa do singular: “houve”.
A justificativa para essa regra reside no fato de que o substantivo que se segue ao verbo “haver” não funciona como sujeito, mas sim como complemento (objeto direto). Para ilustrar, observemos os exemplos:
- Incorreto: Houveram muitos problemas na reunião.
- Correto: Houve muitos problemas na reunião.
No exemplo correto, “muitos problemas” é o objeto direto do verbo “houve”, indicando o que existiu ou aconteceu. O verbo, portanto, permanece no singular, independentemente da quantidade expressa no objeto.
A Pegadinha do Verbo “Existir” e “Acontecer”
É importante notar que essa regra se aplica especificamente quando o verbo “haver” pode ser substituído por “existir” ou “acontecer”. Nesses casos, a impessoalidade é a chave para a conjugação correta.
- Houve uma grande festa. (Existiu uma grande festa / Aconteceu uma grande festa)
- Houve poucos candidatos aprovados. (Existiram poucos candidatos aprovados / Aconteceram poucos candidatos aprovados)
Se o verbo “haver” for utilizado em outros contextos, como verbo auxiliar, a regra da impessoalidade não se aplica.
- Eles hão de chegar em breve. (Verbo auxiliar, indicando futuro)
Por que a Confusão?
A confusão entre “houve” e “houveram” geralmente surge da tendência natural de concordar o verbo com o substantivo que o segue. No entanto, a impessoalidade do verbo “haver” exige uma atenção redobrada para evitar esse deslize gramatical.
Em Resumo:
- Utilize “houve” quando o verbo “haver” significar “existir” ou “acontecer”.
- Lembre-se que, nesse caso, o verbo é impessoal e não concorda com o substantivo que o acompanha.
- Verifique se é possível substituir “haver” por “existir” ou “acontecer” para confirmar a aplicação da regra.
Dominar essa nuance da gramática portuguesa contribui para uma comunicação mais clara, precisa e, sem dúvida, elegante. Ao internalizar a regra da impessoalidade do verbo “haver”, você estará apto a evitar erros comuns e a aprimorar sua proficiência na língua.
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