O que é norma de concordância verbal?

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A concordância verbal segue o sujeito em número e pessoa. Com expressões partitivas (como a maioria de), o verbo pode concordar com o nome ou com o partitivo.

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A Harmonia das Palavras: Desvendando a Concordância Verbal

A concordância verbal, em essência, é a dança harmoniosa entre o verbo e seu sujeito. Ela garante a fluidez e a clareza da frase, estabelecendo uma relação de dependência gramatical que reflete a quantidade (número: singular ou plural) e a pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa) dos elementos envolvidos. Em outras palavras, o verbo se “adapta” ao sujeito, concordando com ele em gênero e número. A aparente simplicidade dessa regra, porém, esconde nuances e casos especiais que merecem atenção.

A regra básica é cristalina: o verbo concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito. Se o sujeito é singular, o verbo também o será; se o sujeito é plural, o verbo acompanha a pluralidade.

  • Exemplo 1 (Singular): O gato dorme tranquilamente. (sujeito singular – verbo singular)
  • Exemplo 2 (Plural): Os gatos dormem tranquilamente. (sujeito plural – verbo plural)

A complexidade surge quando o sujeito apresenta estruturas mais elaboradas. Vejamos alguns casos:

1. Sujeito Composto: Quando o sujeito é composto (formado por dois ou mais núcleos), o verbo geralmente vai para o plural.

  • Exemplo 3: A lua e as estrelas brilhavam intensamente.

Há exceções, porém. Se os núcleos do sujeito composto são sinônimos ou se referem à mesma pessoa ou coisa, o verbo pode ficar no singular.

  • Exemplo 4: A alegria e o entusiasmo contagiou a todos. (alegria e entusiasmo são conceitos próximos)

2. Sujeito Indeterminado: Em construções com verbo na terceira pessoa do plural sem sujeito explícito, a concordância é implícita, com o verbo no plural.

  • Exemplo 5: Disseram que a festa foi ótima. (Não se sabe quem disse)

3. Expressões Partitivas: Expressões como a maioria de, a maior parte de, grande parte de, uma porção de, entre outras, geram uma concordância um tanto peculiar. O verbo pode concordar com o nome que acompanha a expressão partitiva (concordância nominal) ou com a própria expressão (concordância com o núcleo da expressão), ambas consideradas gramaticalmente corretas.

  • Exemplo 6: A maioria dos alunos aprovou / aprovaram na prova. (correto em ambas as formas)

A escolha entre uma ou outra concordância costuma levar em conta o contexto e a ênfase desejada. Uma concordância com o nome dá mais destaque aos alunos; uma concordância com a expressão partitiva, à maioria.

4. Sujeito Coletivo: Os coletivos (palavras que designam um conjunto de seres ou coisas: multidão, grupo, bando) podem levar o verbo ao singular ou plural, dependendo da ênfase. O singular enfatiza a unidade do conjunto, enquanto o plural, os elementos que o compõem.

  • Exemplo 7: O bando de pássaros voou / voaram alto. (Ambas as formas são corretas).

5. Pronomes de tratamento: A concordância verbal com os pronomes de tratamento ( você, senhor, senhora, Vossa Senhoria, etc) é feita na terceira pessoa, mesmo quando se referem à segunda pessoa gramatical.

  • Exemplo 8: Vossa Excelência sabe da decisão?

Em suma, a concordância verbal, apesar de regida por princípios aparentemente simples, apresenta uma rica variedade de casos e nuances que exigem atenção e sensibilidade para a língua. Dominar essas particularidades é fundamental para uma escrita clara, precisa e elegante. A prática e a leitura atenta são aliadas indispensáveis nesse processo.