Quais são as características da concordância verbal?
A concordância verbal segue a regra geral de adequação do verbo ao número e pessoa do sujeito. No caso de expressões partitivas como a maioria de, parte de ou metade de, a concordância oferece flexibilidade. O verbo pode concordar tanto com o termo partitivo (singular) quanto com o substantivo que o acompanha (singular ou plural), gerando variações gramaticalmente corretas e sutis nuances de significado.
A Dança da Concordância Verbal: Mais do que Regras, Nuances de Sentido
A concordância verbal, pilar fundamental da gramática portuguesa, estabelece a harmonia entre o verbo e seu sujeito. A regra básica, aparentemente simples, dita que o verbo deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) com o núcleo do sujeito. Mas a elegância da língua reside justamente nas nuances e exceções que tornam essa concordância um desafio fascinante, especialmente quando lidamos com estruturas mais complexas.
Vamos além da regra básica, explorando situações que frequentemente geram dúvidas e demonstram a riqueza expressiva da concordância verbal:
1. Sujeitos Compostos: Quando o sujeito é composto, ou seja, formado por dois ou mais núcleos, a concordância verbal pode se dar de duas maneiras:
- Concordância gramatical: O verbo vai para o plural, concordando com o número total de núcleos. Exemplo: Maria e João foram ao cinema.
- Concordância atrativa: O verbo concorda com o núcleo mais próximo. Exemplo: Na sala, ficou a mesa e as cadeiras. Essa concordância, embora gramaticalmente correta, pode soar menos formal.
A escolha entre uma e outra opção depende do contexto e do efeito de sentido desejado. A concordância atrativa enfatiza o núcleo mais próximo, enquanto a gramatical confere maior equilíbrio à frase.
2. Sujeito Coletivo: Coletivos como “multidão”, “bando”, “grupo” podem levar o verbo para o singular ou plural, dependendo do foco da frase.
- Singular: O verbo concorda com o coletivo, enfatizando a unidade do grupo. Exemplo: A multidão aplaudiu o artista.
- Plural: O verbo concorda com o substantivo que especifica os elementos do coletivo, dando destaque à individualidade dos componentes. Exemplo: A multidão de fãs aplaudiram o artista.
3. Expressões Partitivas: Aqui reside a maior flexibilidade. Expressões como “a maioria de”, “parte de”, “a metade de”, “um terço de” permitem dupla concordância:
- Concordância com o núcleo da expressão partitiva: O verbo fica no singular, concordando com a expressão partitiva. Exemplo: A maioria votou a favor.
- Concordância com o substantivo: O verbo concorda com o substantivo que especifica a parte do todo. Exemplo: A maioria dos presentes votaram a favor.
A escolha entre o singular e o plural gera sutis variações de sentido. O singular destaca a unidade do grupo como um todo que realiza a ação; o plural individualiza a ação, atribuindo-a a cada elemento do grupo.
4. Pronomes Indefinidos: Pronomes como “alguém”, “ninguém”, “cada um” exigem verbo no singular. Exemplo: Alguém ligou para você.
5. “Quem” e “Que”: Com o pronome relativo “quem”, o verbo fica na terceira pessoa do singular. Com o pronome relativo “que”, a concordância se faz com o antecedente.
Em síntese, a concordância verbal vai muito além de regras rígidas. É uma ferramenta estilística que, utilizada com maestria, confere precisão e elegância à escrita, permitindo que o autor module o foco da frase e refine a comunicação de suas ideias, evidenciando a complexidade e beleza da língua portuguesa. Dominar suas nuances é essencial para uma comunicação eficaz e expressiva.
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