O que é processo de formação de palavras exemplos?

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O processo de formação de palavras em português é o conjunto de regras e mecanismos pelos quais novas palavras são criadas. Os principais processos são:

  • Derivação: prefixal, sufixal, parassintética, regressiva ou imprópria
  • Composição: junção de dois ou mais radicais
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Desvendando a Criação de Palavras: Uma Imersão no Processo de Formação em Português

A língua portuguesa, como um organismo vivo, está em constante evolução. E um dos mecanismos que impulsionam essa transformação é a formação de novas palavras, um processo fascinante que permite a expansão do vocabulário e a adaptação da linguagem às necessidades comunicativas da sociedade. Mas como, exatamente, essas palavras surgem?

Neste artigo, mergulharemos no universo da formação de palavras em português, explorando os principais processos que governam essa criação. Ao contrário de simplesmente repetir o que já está por aí, vamos focar na compreensão profunda dos mecanismos, desvendando nuances e oferecendo exemplos que vão além do básico.

A Derivação: Uma Família de “Filhos” Linguísticos

A derivação é um dos processos mais produtivos na formação de palavras. Imagine uma palavra como uma “matriz”, capaz de gerar outras, adicionando-se elementos a ela. Esses elementos, chamados afixos, podem vir antes (prefixos) ou depois (sufixos) da palavra original, alterando seu significado ou categoria gramatical.

  • Derivação Prefixal: Aqui, adicionamos um prefixo à palavra base. Um exemplo clássico é a palavra “feliz”. Adicionando o prefixo “in-“, criamos “infeliz”, alterando completamente o sentido original. Outros exemplos incluem “re-fazer”, “des-organizar” e “anti-ético”. O prefixo, como um “adjetivo” da palavra, a modifica.

  • Derivação Sufixal: Agora, o afixo é adicionado ao final da palavra. Observe a palavra “livro”. Acrescentando o sufixo “-aria”, formamos “livraria”, que não significa apenas um livro, mas um lugar onde livros são vendidos. Outros exemplos são “flor-ista”, “rapidez-mente” e “brasil-eiro”. O sufixo, nesse caso, pode alterar o significado e até a classe gramatical da palavra.

  • Derivação Parassintética: Este processo é um pouco mais complexo. Ele ocorre quando, simultaneamente, adicionamos um prefixo e um sufixo à palavra base, de tal forma que a remoção de qualquer um dos dois afixos torna a palavra inexistente. Um exemplo comum é “a-noit-ecer”. Se retirarmos o “a-” ou o “-ecer”, a palavra resultante não existe (“noitecer” ou “anoite”). Outros exemplos são “en-gord-ar” e “des-alm-ado”.

  • Derivação Regressiva: Neste caso, ao invés de adicionar, “retiramos” algo da palavra original. Geralmente, removemos a terminação verbal, formando um substantivo. Um exemplo é o verbo “atacar”, que, pela derivação regressiva, origina o substantivo “ataque”. Outros exemplos incluem “combater” -> “combate” e “chorar” -> “choro”.

  • Derivação Imprópria: Aqui, a palavra não sofre alteração em sua forma, mas muda sua classe gramatical. Um adjetivo pode passar a ser um substantivo, por exemplo. A frase “O sim foi unânime” demonstra isso. A palavra “sim”, originalmente um advérbio, passa a funcionar como um substantivo, acompanhada do artigo “o”. Outro exemplo é “O jantar estava delicioso”, onde “jantar”, verbo, assume função de substantivo.

A Composição: Unindo Forças para Criar Novas Palavras

A composição é o processo de formação de palavras que consiste na junção de dois ou mais radicais (partes das palavras que carregam o significado principal).

  • Composição por Justaposição: Nesse caso, os radicais são unidos sem que haja alteração na forma de nenhum deles. Um exemplo é “guarda-chuva”, onde “guarda” e “chuva” mantêm sua forma original ao serem unidos. Outros exemplos incluem “passatempo”, “girassol” e “paraquedas”.

  • Composição por Aglutinação: Aqui, um ou mais radicais sofrem alterações em sua forma para se unirem. Um exemplo é “planalto”, que surge da união de “plano” e “alto”. Outros exemplos são “aguardente” (água + ardente) e “fidalgo” (filho + de + algo).

Além dos Processos Clássicos: Hibridismo e Abreviação

Embora a derivação e a composição sejam os processos mais importantes, outros mecanismos também contribuem para a formação de palavras. O hibridismo, por exemplo, ocorre quando radicais de línguas diferentes são combinados, como em “automóvel” (auto, do grego, + móvel, do latim). A abreviação, por sua vez, consiste na redução de uma palavra, como em “moto” (motocicleta) ou “foto” (fotografia).

Em Resumo: Uma Língua Dinâmica e Criativa

O processo de formação de palavras é um reflexo da criatividade e da necessidade de expressão da língua portuguesa. Ao compreendermos esses mecanismos, não apenas enriquecemos nosso vocabulário, mas também aprofundamos nossa apreciação pela complexidade e beleza da nossa língua. Longe de ser um conjunto de regras rígidas, a formação de palavras é um campo dinâmico, onde a inovação e a adaptação são constantes.