O que são números por classe?

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Em português brasileiro, a classe gramatical dos numerais engloba palavras que expressam quantidades exatas (cardinais, como um, dois), posições em uma sequência (ordinais, como primeiro, segundo), multiplicações (multiplicativos, como dobro, triplo) e divisões de um todo (fracionários, como meio, terço). Assim, o numeral se adapta para transmitir informações numéricas de diversas maneiras.

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Além dos Cardinais: Desvendando as Classes Gramaticais dos Numerais

A matemática permeia nossa linguagem de diversas formas, e uma das mais sutis é a presença dos numerais. Frequentemente, pensamos nos numerais apenas como os números cardinais (um, dois, três…), mas a realidade é bem mais rica e complexa. A classificação dos numerais em classes gramaticais revela a versatilidade desses termos em expressar quantidades e posições de maneira precisa e diversificada. Vamos explorar essas classes para além daquela que aprendemos na escola primária.

A classe gramatical dos numerais engloba, de forma ampla, todas as palavras que indicam quantidade, ordem ou fração. Dividimos essa classe em quatro subclasses principais, cada uma com sua função específica:

1. Numerais Cardinais: São os mais conhecidos e utilizados. Expressam uma quantidade exata de elementos. Exemplos: um, dois, três, vinte, cem, milhão, etc. Sua função é primordialmente quantificar. Observe a nuance: enquanto “dois” simplesmente indica a quantidade, “duas” adapta-se ao gênero feminino, mostrando a concordância com o substantivo a que se refere.

2. Numerais Ordinais: Indicam a posição de um elemento em uma sequência ordenada. Derivam dos cardinais, mas adicionam a ideia de ordem. Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, vigésimo, centésimo, milionésimo, etc. A concordância em gênero (primeira, primeira) e número (primeiros) também é fundamental para a correta utilização desses numerais.

3. Numerais Multiplicativos: Expressam a multiplicação de uma quantidade. Indicam quantas vezes uma determinada quantidade é repetida. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, etc. Ao contrário dos cardinais e ordinais, estes geralmente não apresentam flexão de gênero ou número. A exceção pode ser observada em construções como “dupla” ou “triplas doses”, onde o numeral concorda com o substantivo.

4. Numerais Fracionários: Representam partes de um todo, indicando a divisão de uma unidade. Exemplos: meio, terço, quarto, quinto, décimo, etc. Assim como os multiplicativos, a concordância é menos frequente, mas pode ocorrer, como em “metade da torta”.

A Importância da Distinção:

A compreensão dessas subclasses é crucial para o uso correto da linguagem, especialmente em contextos formais. A escolha inadequada de um numeral pode levar a ambiguidades e imprecisões na comunicação. Por exemplo, em um relatório, utilizar “o terceiro lugar” (ordinal) é bem diferente de utilizar “três lugares” (cardinal).

Além das Subclasses:

Existem ainda outras nuances na classificação dos numerais, dependendo da abordagem gramatical adotada. Alguns autores consideram os numerais coletivos (dúzia, centena) como uma quinta subclasse, enquanto outros os incluem dentro dos cardinais. A discussão sobre essas variações demonstra a riqueza e complexidade da análise gramatical dos numerais.

Em conclusão, a classe dos numerais vai além da simples contagem. Compreender suas diferentes subclasses – cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários – é fundamental para o domínio da língua portuguesa e para a construção de textos precisos e eficazes. A riqueza da língua reside, em parte, na capacidade de expressar nuances sutis através de uma ferramenta aparentemente simples como os numerais.