O que são os graus dos adjetivos?

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Adjetivos possuem dois graus principais: comparativo, que estabelece comparação entre dois ou mais substantivos, e superlativo, que intensifica a qualidade atribuída ao substantivo, expressando o máximo grau dessa característica. Ambos amplificam a descrição, enriquecendo a expressividade textual.

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Além do Básico: Uma Exploração Profunda dos Graus dos Adjetivos

A gramática tradicional nos apresenta os graus dos adjetivos como comparativo e superlativo, uma simplificação que, embora útil como ponto de partida, não abarca a riqueza e a complexidade que esses mecanismos expressam na língua portuguesa. Compreender os graus dos adjetivos vai além de simplesmente saber a diferença entre “alto” e “altissimo”; trata-se de dominar nuances sutis que enriquecem a escrita e a fala, permitindo uma expressão mais precisa e expressiva.

Comecemos com os graus considerados “clássicos”:

1. Comparativo: Este grau estabelece uma comparação entre dois ou mais seres ou coisas, indicando qual deles possui maior ou menor grau de uma determinada qualidade. Existem três tipos de comparativo:

  • Comparativo de superioridade: Indica que um elemento possui um grau maior de uma característica do que outro. É formado geralmente com as conjunções “que” ou “do que”, ou por meio de locuções adverbiais como “mais… que”, “mais… do que”. Exemplos: “Maria é mais alta que João”; “Este carro é melhor do que aquele”; “O projeto A é superior a B”.

  • Comparativo de igualdade: Indica que dois ou mais elementos possuem o mesmo grau de uma característica. Utiliza-se a estrutura “tão… como” ou “tanto… quanto”. Exemplos: “Pedro é tão inteligente quanto sua irmã”; “Ela é tão dedicada como esforçada”.

  • Comparativo de inferioridade: Indica que um elemento possui um grau menor de uma característica do que outro. É formado com a estrutura “menos… que” ou “inferior a”. Exemplos: “O meu carro é menor que o seu”; “Seu desempenho foi inferior ao esperado”.

2. Superlativo: Este grau expressa o grau máximo de uma qualidade. Também se divide em dois tipos principais:

  • Superlativo absoluto: Expressa o grau máximo da qualidade em si, sem comparação com outros elementos. Pode ser analítico (utilizando advérbios como “muito”, “extremamente”, “imensamente”) ou sintético (utilizando sufixos como “-íssimo”, “-érrimo”, “-imo”). Exemplos: Analítico: “Ele é muito inteligente“; Sintético: “Aquele homem é fortíssimo“; “Ela é sagazíssima“.

  • Superlativo relativo: Indica que um elemento possui o grau máximo de uma qualidade em relação a outros elementos de um conjunto. Exige a presença de uma expressão comparativa que delimita o grupo em questão. Exemplos: “Ela é a mais inteligente da turma”; “Este é o melhor filme que já vi”.

Além da Classificação Tradicional:

A categorização acima, embora útil, simplifica a riqueza da expressão dos graus adjetivos. Consideremos, por exemplo, a ambiguidade inerente a alguns casos. A frase “Ele é um homem alto” pode ser interpretada como um superlativo absoluto analítico (muito alto) ou simplesmente como uma descrição. A contextualização se torna, portanto, crucial na interpretação precisa do grau do adjetivo.

A expressividade da língua permite ainda a utilização de outras estratégias para intensificar os adjetivos, que não se enquadram perfeitamente nos graus tradicionais, como metáforas, comparações implícitas e figuras de linguagem.

Em resumo, a compreensão dos graus dos adjetivos exige um olhar atento para as nuances da língua portuguesa, indo além da simples memorização de regras. A análise contextual e a percepção da variedade de recursos expressivos são fundamentais para o domínio pleno dessa ferramenta essencial para a comunicação eficaz.