O que são vícios de linguagem?

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Para uma comunicação eficaz, tanto na fala quanto na escrita, é crucial evitar vícios de linguagem. A clareza e concisão são aprimoradas ao eliminá-los. Portanto, revise cuidadosamente os textos de apresentações e slides, além de praticar o discurso, para garantir uma mensagem impactante e livre de ruídos desnecessários.

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Desvendando os Vícios de Linguagem: Obstáculos à Comunicação Eficaz

A comunicação eficaz, seja na esfera oral ou escrita, depende de clareza, concisão e precisão. Entretanto, muitas vezes, utilizamos expressões e construções que, embora comuns no dia a dia, comprometem a qualidade da mensagem e prejudicam a compreensão do interlocutor. São os chamados vícios de linguagem, expressões ou estruturas gramaticais que, por serem usadas de forma repetitiva e inadequada, tornam a comunicação imprecisa e pouco elegante.

Ao contrário do que muitos pensam, os vícios de linguagem não são apenas erros gramaticais. Eles podem ser utilizados por hábito, pela falta de vocabulário ou até mesmo por tentativa (mal sucedida) de enfatizar uma ideia. A chave para evitá-los está na conscientização e no desenvolvimento de um repertório linguístico mais rico e diversificado.

Podemos classificar os vícios de linguagem em diversos grupos, sendo os mais comuns:

  • Barbarismos: São erros de pronúncia, grafia ou flexão de palavras. Exemplos: “fala-se pra ele” (em vez de “para”), “me adiantou uma quantia” (em vez de “antecipou”), “os meninos foi lá” (erro de concordância verbal). A utilização de estrangeirismos sem necessidade também se enquadra aqui, como o uso desnecessário de “marketing” em vez de “propaganda” ou “publicidade”.

  • Solecismos: São erros de sintaxe, ou seja, na construção da frase. Exemplos: “Eu vi ele ontem” (erro de colocação pronominal), “Comprei um carro azul e caro” (ambiguidade, pois o caro pode se referir ao carro ou ao azul), “Acho que ele é o melhor, né?” (uso inadequado de gírias em contexto formal).

  • Arcaísmos: São palavras ou expressões que, embora corretas gramaticalmente, caíram em desuso e soam estranhas no contexto atual. Exemplos: “Vossa Mercê”, “aonde” (usando “onde” em contextos corretos), “haja vista”.

  • Pleonasmos viciosos: Consistem na repetição desnecessária de ideias, tornando a frase redundante. Exemplos: “subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro”. Diferencia-se do pleonasmo literário (utilizado com efeito de estilo).

  • Cacografias: São erros de ortografia, como escrever “onde” ao invés de “aonde” em determinados contextos, ou confundir “por que” com “porque”. Embora seja um erro gramatical, se repete de forma viciosa.

  • Ambiguidades: São frases de sentido dúbio, que podem ser interpretadas de diferentes maneiras. Exemplo: “A menina viu o homem com o binóculo.” (A menina ou o homem estava com o binóculo?).

  • Repetições viciosas: Utilizar a mesma palavra ou expressão várias vezes em um curto espaço de tempo, sem necessidade. Isso torna o texto cansativo e monótono.

Evitar os vícios de linguagem é fundamental para garantir uma comunicação clara, precisa e eficaz. A prática da leitura, o estudo da gramática e o cuidado na escolha das palavras são essenciais para aprimorar a escrita e a fala, permitindo a transmissão de mensagens impactantes e livres de ruídos desnecessários. A revisão cuidadosa de textos, a busca por sinônimos e a autocrítica são aliados importantes nesse processo. Lembre-se: a comunicação precisa e elegante demonstra profissionalismo e respeito pelo interlocutor.