O que se entende por língua padrão?

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Língua padrão é a variedade formal e culta de um idioma. É diferente de norma culta, que pode ser formal ou informal, mesmo em contextos de alta escolaridade.

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O que se entende por língua padrão?

A língua padrão, muitas vezes confundida com a norma culta, é um conceito fundamental para compreender a variação linguística e o uso social da linguagem. Não se trata simplesmente de uma “melhor” maneira de falar ou escrever, mas de uma variedade específica, formal e codificada, reconhecida e valorizada socialmente em um determinado contexto. Sua definição, entretanto, exige um olhar mais aprofundado, evitando as simplificações que podem levar a interpretações errôneas.

A língua padrão difere da norma culta justamente na sua natureza mais prescritiva e formal. Enquanto a norma culta abarca diferentes níveis de formalidade, adaptando-se a situações informais ou formais, a língua padrão concentra-se em um conjunto específico de regras gramaticais, vocabulário e construções sintáticas, geralmente expostos em gramáticas e manuais de estilo. Ela estabelece um padrão a ser seguido, criando uma base comum de entendimento em contextos formais, como documentos oficiais, artigos acadêmicos, discursos públicos e meios de comunicação de massa.

É importante destacar que a língua padrão não é imutável. Ela evolui, incorporando novas palavras, construções e expressões ao longo do tempo, refletindo as mudanças sociais e culturais. No entanto, essa evolução acontece gradualmente, seguindo geralmente padrões de aceitação e adoção por parte de instituições, acadêmicos e usuários mais influentes.

A escolha por utilizar a língua padrão não implica necessariamente uma desvalorização das outras variedades linguísticas. Pelo contrário, a compreensão da diversidade linguística e das diferentes funções que cada variedade desempenha na sociedade é essencial. A língua padrão é apenas uma das muitas formas de expressão, criada e utilizada para atender necessidades específicas de comunicação em um contexto social.

A norma culta, por sua vez, é um conceito mais amplo, abrangendo um conjunto de variedades linguísticas que, mesmo em contextos formais, podem apresentar nuances informais ou coloquiais, sem necessariamente romper com as regras fundamentais da língua. Um exemplo disso são os discursos de alta escolaridade ou até mesmo de profissionais em áreas como o Direito, que, embora usem um nível de formalidade elevado, podem apresentar estruturas e vocabulário próprios de sua experiência e área de atuação.

Em suma, a língua padrão é uma variedade linguística formal e codificada, reconhecida como a forma padrão de comunicação escrita e oral em contextos formais. Ela se diferencia da norma culta por sua natureza mais prescritiva e pela necessidade de cumprir um conjunto de regras estabelecidas. A compreensão dessa distinção é fundamental para evitar interpretações errôneas sobre a diversidade linguística e o papel da língua padrão em diferentes contextos sociais.