Porque é que o verbo por pertence à segunda conjugação?
O verbo por pertence à segunda conjugação porque, em sua origem, era poer, com vogal temática e.
A Insidiosa Etimologia do Verbo “Pôr”: Por que Pertence à Segunda Conjugação?
A classificação dos verbos em conjugações, no português, baseia-se em sua terminação no infinitivo. Sabemos que “pôr” se encaixa na segunda conjugação, mas a aparente irregularidade de sua forma – sem o “e” final característico do grupo – leva muitos a questionarem essa classificação. A resposta reside na etimologia, na história da palavra ao longo do tempo. Contrariamente à intuição, o “pôr” atual não é uma exceção arbitrária à regra; ele carrega consigo a marca de sua origem, uma origem que revela a razão pela qual se enquadra na segunda conjugação.
A chave para entender a conjugação de “pôr” está em sua forma latina original, “ponere”. Ao chegar ao português, essa palavra sofreu transformações fonéticas ao longo dos séculos. O processo evolutivo não se deu de forma linear, e a forma que encontramos hoje, “pôr”, é o resultado de sucessivas adaptações da língua.
A forma intermediária que explica a classificação de “pôr” na segunda conjugação é “poer”. Observe que a terminação “-er” é a marca inconfundível da segunda conjugação em português. O “e” de “poer” é a vogal temática, elemento crucial na definição da conjugação verbal. Apesar de essa forma “poer” já não ser usada atualmente, ela representa um estágio crucial na evolução do verbo.
A perda do “e” final em “poer”, resultando no “pôr” que utilizamos hoje, é um fenômeno fonético comum na história da língua portuguesa. A queda da vogal final em determinadas sílabas átonas é um processo de simplificação fonética que ocorreu em muitas palavras ao longo do tempo. Essa supressão, no caso de “poer”, não alterou sua classificação original na segunda conjugação.
Portanto, a classificação de “pôr” na segunda conjugação não é arbitrária ou uma exceção à regra. Ela é a herança direta de sua forma ancestral “ponere”, passando por “poer” e, finalmente, atingindo a forma atual, “pôr”. A ausência do “e” final não invalida sua pertença à segunda conjugação, pois a vogal temática “e”, presente em “poer”, já havia definido sua conjugação antes da simplificação fonética que eliminou a vogal final. A etimologia, portanto, esclarece a aparente contradição, revelando a coerência histórica por trás da classificação do verbo “pôr”.
#Conjugação Verbal#Segunda Conjugação#Verbo PôrFeedback sobre a resposta:
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