Porque manda chuva não tem hífen?

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O hífen não é usado em algumas palavras compostas que, ao longo do tempo, perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, e mandachuva. É o caso de mandachuva, assim como pontapé, paraquedas e outras.

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Por que “manda chuva” não leva hífen?

A língua portuguesa, em sua dinâmica constante, sofre transformações. Algumas dessas transformações dizem respeito à formação de palavras e, consequentemente, à necessidade ou não do uso de hífen. O caso de “manda-chuva” é um exemplo interessante dessa evolução.

Originalmente, “manda-chuva” era uma composição clara, formada por “manda” e “chuva”, indicando algo que “manda” ou “controla” a chuva. Assim como em “guarda-chuva”, “girassol”, ou “beija-flor”, existia uma nítida separação entre os elementos que formavam a palavra.

Entretanto, o uso prolongado e a incorporação dessas palavras ao léxico comum levaram a uma perda progressiva da noção da composição original. A palavra “manda-chuva”, com o passar do tempo, passou a ser percebida como uma unidade única, um conceito indivisível. Isso é fundamental para entender a ausência do hífen.

Não se trata de uma regra arbitrária, mas de um processo natural de evolução linguística. Palavras como “girassol”, “madressilva”, “paraquedas”, “pontapé” e, sim, “manda-chuva”, exemplificam esse fenômeno. O hífen, que inicialmente marcava a composição, foi gradativamente descartado, demonstrando a integração das partes na percepção dos falantes.

Assim, a ausência do hífen em “manda-chuva” não é uma exceção, mas uma manifestação da flexibilidade e da adaptação da língua portuguesa, que evolui e se adapta ao uso e à percepção dos seus falantes. É a prova de que a língua não é estática, mas sim um organismo vivo e em constante transformação.