Quais são as características linguísticas do texto expositivo-argumentativo?

2 visualizações

O texto expositivo-argumentativo busca persuadir o leitor através da defesa de uma tese central. Para isso, utiliza dados concretos, exemplos e raciocínios lógicos que sustentem o ponto de vista defendido. A clareza na apresentação da ideia principal, aliada à solidez dos argumentos, é crucial para a eficácia desse tipo de texto.

Feedback 0 curtidas

Desvendando a Linguagem da Persuasão: Características do Texto Expositivo-Argumentativo

O texto expositivo-argumentativo, presente em diversos gêneros textuais como artigos de opinião, ensaios, discursos e editoriais, tem como objetivo principal convencer o leitor a aderir a um determinado ponto de vista. Mais do que simplesmente expor informações, ele busca persuadir, utilizando uma combinação estratégica de recursos linguísticos que constroem uma argumentação sólida e convincente. Mas quais são as características que marcam esse tipo de texto e o diferenciam de outras modalidades discursivas?

A base da estrutura do texto expositivo-argumentativo é a tese, a ideia central que o autor defende. Toda a argumentação gira em torno dela, buscando comprová-la e validá-la perante o leitor. Para alcançar esse objetivo, o autor se utiliza de diferentes estratégias linguísticas, que vão além da simples apresentação de fatos.

1. Objetividade e Impessoalidade (com nuances): Embora a defesa de uma tese implique uma posição pessoal, a linguagem utilizada busca, em geral, projetar uma imagem de objetividade. Verbos na terceira pessoa, estruturas frasais impessoais e a preferência por substantivos abstratos contribuem para essa impressão. Contudo, a presença da primeira pessoa do plural (“nós”) pode ser utilizada estrategicamente para criar uma sensação de inclusão do leitor na argumentação, aproximando-o do autor.

2. Argumentação Lógica e Coerente: A coerência é fundamental. A progressão argumentativa precisa ser lógica e bem estruturada, com cada argumento contribuindo para a comprovação da tese. A utilização de conectivos como “portanto”, “consequentemente”, “no entanto”, “além disso” e “em suma”, estabelece relações claras entre as ideias, guiando o leitor pelo raciocínio do autor.

3. Fundamentação em Dados e Exemplos: Para fortalecer a argumentação, o autor recorre a dados concretos, estatísticas, pesquisas, exemplos históricos, citações de especialistas e outras evidências que sustentem seus pontos de vista. Esses recursos conferem credibilidade ao texto e dificultam a contestação da tese.

4. Recursos Retóricos: A persuasão não se baseia apenas na lógica, mas também no apelo emocional. Figuras de linguagem como metáforas, comparações e analogias, além de perguntas retóricas e ironia, podem ser utilizadas para tornar o texto mais envolvente e impactante, despertando a atenção e o interesse do leitor.

5. Refutação de Contra-Argumentos: Um texto argumentativo robusto não se limita a apresentar seus próprios argumentos, mas também antecipa e refuta possíveis contra-argumentos. Ao abordar e desconstruir perspectivas opostas, o autor demonstra domínio do tema e reforça a validade da sua própria tese.

6. Conclusão Reforçando a Tese: A conclusão não se resume a uma simples repetição da tese. Ela sintetiza os principais argumentos apresentados, reforça a posição defendida e, muitas vezes, propõe soluções ou perspectivas para o futuro, deixando uma impressão duradoura no leitor.

Em resumo, o texto expositivo-argumentativo se caracteriza por uma combinação de objetividade, lógica, fundamentação e recursos retóricos, visando persuadir o leitor a aderir à tese defendida. A maestria na utilização desses recursos linguísticos define a eficácia e o poder de convencimento desse tipo de texto.