Que tipo de linguagem é usada no texto expositivo-argumentativo?

A Linguagem Persuasiva no Texto Expositivo-Argumentativo: Entre Objetividade e Subjetividade

O texto expositivo-argumentativo ocupa um espaço peculiar na escrita, equilibrando a apresentação de informações com a defesa contundente de um ponto de vista. Diferentemente do texto puramente expositivo, que se limita à apresentação objetiva de dados, o texto argumentativo busca convencer o leitor, utilizando uma linguagem que, embora busque a clareza e a objetividade, carrega em si uma marca inegável de subjetividade estratégica.

A clareza é fundamental. A construção de frases concisas e a utilização de um vocabulário preciso são essenciais para evitar ambiguidades e garantir que a mensagem seja compreendida com exatidão. Termos técnicos podem ser empregados, desde que devidamente contextualizados e explicados para que o público-alvo os compreenda. A objetividade, contudo, não significa neutralidade. Enquanto o texto expositivo-informativo prioriza a imparcialidade, apresentando diferentes perspectivas sem tomar partido, o texto expositivo-argumentativo assume uma posição definida.

A persuasão é o motor desse tipo de texto. Para convencer o leitor, o autor recorre a diversas estratégias linguísticas. A escolha cuidadosa de verbos, adjetivos e advérbios contribui para a construção da argumentação. Verbos de ação fortes (“demonstrar”, “provar”, “evidenciar”) reforçam a convicção do autor. Adjetivos qualificativos (“injusto”, “ineficaz”, “essencial”) atribuem valores e criam um tom de avaliação, guiando a interpretação do leitor. Advérbios de intensidade (“extremamente”, “claramente”, “inegavelmente”) intensificam a força dos argumentos.

Além disso, a utilização de recursos retóricos, como analogias, metáforas e exemplos, torna a argumentação mais acessível e persuasiva. As analogias permitem estabelecer comparações que facilitam a compreensão de conceitos complexos. Metáforas criam imagens vívidas na mente do leitor, reforçando a mensagem. Exemplos concretos ilustram a argumentação, tornando-a mais palpável e convincente.

Entretanto, é crucial ressaltar que a subjetividade no texto expositivo-argumentativo não implica em arbitrariedade. A persuasão eficaz se baseia em argumentos sólidos, embasados em evidências e raciocínios lógicos. A linguagem, portanto, deve servir como ferramenta para apresentar esses argumentos de forma clara, convincente e respeitosa, evitando generalizações, falácias e apelos emocionais desnecessários que possam comprometer a credibilidade do texto.

Em resumo, a linguagem do texto expositivo-argumentativo é uma linguagem estratégica, que combina a precisão da linguagem objetiva com a força persuasiva da subjetividade bem empregada. A clareza, a concisão e o uso adequado de recursos retóricos são fundamentais para convencer o leitor, sem abrir mão da solidez dos argumentos e da ética na apresentação das informações.