Quais são as fases de desenvolvimento da linguagem?

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O desenvolvimento da linguagem ocorre em duas fases: a pré-lingüística, onde bebês utilizam sons para se comunicar, sem palavras ou gramática, expressando emoções principalmente através do choro; e a lingüística, em que as palavras passam a ser usadas.

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As Fases do Desenvolvimento da Linguagem: Um Olhar Detalhado

O desenvolvimento da linguagem em crianças é um processo fascinante e complexo, que envolve etapas distintas e interconectadas. Não se trata apenas de aprender a falar, mas de dominar a capacidade de se comunicar de forma eficiente e eficaz, utilizando a língua como ferramenta para pensar, aprender e interagir com o mundo ao redor. Enquanto o modelo de duas fases (pré-lingüística e lingüística) é um ponto de partida útil, uma análise mais profunda revela nuances e subdivisões importantes nesse processo.

Fase Pré-Lingüística (ou Pré-Verbal): A Construção do Sistema Comunicativo

Esta fase, que se inicia desde o nascimento, é fundamental para o desenvolvimento da linguagem subsequente. Não se trata apenas de “barulhos”, mas de um sistema comunicativo elaborado, baseado em sons, expressões faciais e gestos. Podemos dividi-la em subfases, destacando as principais conquistas:

  • Recém-nascido (0 a 3 meses): O choro é a principal forma de comunicação, expressando necessidades básicas como fome, desconforto e dor. Os bebês também começam a emitir sons como gemidos, grunhidos e balbucios, ainda sem qualquer significado específico. A interação com os cuidadores, através de contato visual e vocalização, é crucial nessa fase.
  • Bebês (4 a 12 meses): O balbucio se torna mais frequente e diversificado, incluindo uma gama maior de sons, aproximando-se cada vez mais da fala humana. Eles começam a perceber a prosodia da linguagem, a entonação e o ritmo das palavras, mesmo sem compreendê-las. A imitação de sons e a interação social são essenciais. Além disso, gestos como apontar e mover a cabeça são usados para direcionar a atenção e estabelecer intencionalidade comunicativa. Nessa fase, os bebês aprendem a usar os sons para se comunicarem, sem necessariamente se referirem a objetos ou conceitos específicos.
  • Bebês (12 a 18 meses): Surge a “compreensão pré-verbal” – eles entendem palavras e expressões antes de conseguirem produzi-las. O balbucio se refina e começa a apresentar semelhanças com as palavras da sua língua. A imitação de sons e gestos se torna mais precisa. Começam a usar os sons para obter respostas de seu ambiente, tentando estabelecer relação entre ação e resposta.

Fase Lingüística: A Construção do Sistema Verbal

Nesta fase, a linguagem ganha estrutura e significado. Mais do que aprender palavras, as crianças aprendem a usar essas palavras em frases para expressar ideias e se comunicarem.

  • Bebês (18 a 30 meses): As primeiras palavras aparecem e começam a unir-se em frases muito curtas e simples, geralmente com erros gramaticais. As crianças passam a se expressar sobre seus desejos, e a entender mais profundamente as palavras que escutam. A compreensão oral progride rapidamente, e a combinação de palavras, ainda desajeitada, demonstra o início da estrutura gramatical. Esta é a fase do “compreensão pré-verbal” se traduzindo em produção verbal.
  • Pré-escolares (3 a 5 anos): A gramática se torna mais complexa, as frases se alongam e a linguagem se torna mais elaborada, criativa e compreensiva. O vocabulário se expande significativamente, e a criança começa a contar histórias, a expressar opiniões e a participar mais ativamente em conversas. As crianças aprimoram a compreensão do significado das palavras em contexto, e começam a entender e usar pronomes, preposições e outras estruturas gramaticais com maior precisão.
  • Pré-escolares (5+ anos): A linguagem se torna cada vez mais fluente e precisa. O desenvolvimento contínuo da compreensão oral e escrita vai se consolidando e diversificando, ampliando as capacidades de comunicação e aprendizagem.

É importante lembrar que o desenvolvimento da linguagem é influenciado por fatores como o ambiente familiar, as interações sociais e o desenvolvimento cognitivo. Cada criança evolui em seu próprio ritmo, e variações individuais são perfeitamente normais. A avaliação de um profissional é fundamental para identificar eventuais atrasos ou dificuldades que precisem de intervenção.