Quais são os 3 tipos de dislexia?

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A dislexia, transtorno de aprendizagem de origem genética e neurológica, afeta a leitura e escrita. Existem três tipos: dislexia visual, auditiva e mista, cada um com suas particularidades.

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Desvendando os Tipos de Dislexia: Mais do que uma Simples Dificuldade

A dislexia, um transtorno de aprendizagem que afeta significativamente a habilidade de ler e escrever, frequentemente é simplificada e mal compreendida. Embora a origem seja neurobiológica e hereditária, manifestando-se de maneiras diversas, a categorização em “tipos” de dislexia ajuda a entender suas nuances e a direcionar intervenções mais eficazes. No entanto, é crucial ressaltar que essa classificação não é rígida e, na prática, muitas pessoas apresentam características de mais de um tipo, em diferentes graus. A ênfase deve sempre estar na individualidade do perfil de cada disléxico.

Ao contrário da crença popular que a limita a uma simples inversão de letras, a dislexia envolve dificuldades em diferentes processos cognitivos relacionados à linguagem. Tradicionalmente, a classificação se divide em três tipos principais:

1. Dislexia Fonológica (ou Auditiva): Este tipo se caracteriza pela dificuldade primária em processar os sons da fala. A criança pode ter problemas em:

  • Segmentar palavras em fonemas: Dificuldade em reconhecer e isolar os sons individuais que compõem as palavras (ex: saber que “gato” é composto por /g/ /a/ /t/ /o/).
  • Rimar: Dificuldade em identificar palavras que rimam.
  • Memorizar sequências fonéticas: Dificuldade em memorizar a sequência de sons para soletrar palavras novas.
  • Relacionar letras e seus sons correspondentes: Dificuldade em estabelecer a ligação entre grafemas (letras) e fonemas (sons).

Como consequência, a leitura se torna lenta e trabalhosa, com frequentes erros de omissão, adição ou substituição de letras e sílabas. A escrita também é afetada, com dificuldades em decodificar e codificar palavras.

2. Dislexia Superficial (ou Visual): Nesse tipo, a dificuldade central reside no reconhecimento visual das palavras. Apesar de conseguirem decodificar palavras novas usando regras fonológicas, a leitura de palavras irregulares (ex: “exceção”, “pôr”) e palavras de alta frequência (ex: “a”, “o”, “e”) torna-se extremamente desafiadora. Isso porque a memória visual para a forma das palavras é comprometida. A criança pode:

  • Ler lentamente, mesmo palavras conhecidas: Precisam decodificar a cada vez que encontram uma palavra, mesmo que já a tenham lido antes.
  • Ter dificuldades com a ortografia: Problemas em lembrar a grafia correta de palavras, mesmo as familiares.
  • Confundir palavras com grafias similares: Podem confundir “casa” com “caça”, por exemplo, devido à semelhança visual.

3. Dislexia Mista: Como o nome sugere, este tipo combina características da dislexia fonológica e superficial. A criança apresenta dificuldades tanto no processamento fonológico quanto no reconhecimento visual das palavras, apresentando um perfil de dificuldades mais amplo e intenso.

É fundamental frisar que esta classificação serve como um guia para a compreensão das manifestações da dislexia. A avaliação diagnóstica deve ser realizada por profissionais especializados (neuropsicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos), que considerarão a complexidade individual de cada caso para elaborar um plano de intervenção personalizado e eficaz. A abordagem multidisciplinar, aliada ao apoio da família e da escola, é essencial para o sucesso do processo de aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo disléxico.