Qual a diferença entre apraxia e dispraxia?

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A dispraxia se manifesta como dificuldade em realizar movimentos coordenados, mesmo com a intenção de executá-los. Já a apraxia, um distúrbio de desenvolvimento, surge em idade mais avançada e não tem origem genética, diferentemente da dispraxia.

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Apraxia e Dispraxia: Desvendando as Diferenças por Trás das Dificuldades Motoras

Apraxia e dispraxia são termos frequentemente confundidos, ambos relacionados a dificuldades na execução de movimentos coordenados. Embora compartilhem algumas semelhanças, suas origens, manifestações e prognósticos diferem significativamente. Compreender essas nuances é crucial para um diagnóstico preciso e intervenções adequadas.

A dispraxia, também conhecida como Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), é uma condição neurológica de origem genética que afeta o desenvolvimento motor. Manifesta-se desde a infância, impactando a capacidade da criança de planejar e executar sequências de movimentos complexos. Tarefas cotidianas como amarrar cadarços, escrever, andar de bicicleta ou usar talheres podem se tornar verdadeiros desafios. A dispraxia não afeta a inteligência, mas pode impactar o desempenho escolar e a autoestima da criança. A base genética da dispraxia sugere uma predisposição familiar, embora a forma exata de herança ainda não seja totalmente compreendida.

Por outro lado, a apraxia é um distúrbio neurológico adquirido, geralmente surgindo em idade mais avançada, após uma lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano ou tumor. Diferentemente da dispraxia, a apraxia não possui uma base genética e se caracteriza pela perda da capacidade de realizar movimentos previamente aprendidos, mesmo que a pessoa compreenda o comando e tenha a força e a coordenação motora necessárias. Por exemplo, uma pessoa com apraxia pode saber como escovar os dentes, mas não conseguir executar os movimentos coordenados para fazê-lo. A apraxia pode afetar diferentes tipos de movimentos, como a fala (apraxia de fala), a escrita (apraxia gráfica) e os movimentos gestuais (apraxia ideomotora).

A tabela abaixo resume as principais diferenças entre apraxia e dispraxia:

Característica Dispraxia (TDC) Apraxia
Origem Genética/Desenvolvimento Adquirida (lesão cerebral)
Idade de início Infância Idade adulta (geralmente após lesão)
Natureza do distúrbio Dificuldade no desenvolvimento da coordenação motora Perda da capacidade de realizar movimentos previamente aprendidos
Inteligência Não afetada Pode ser afetada dependendo da lesão cerebral
Progressão Persiste ao longo da vida, mas com possibilidade de melhora com intervenção Depende da causa e da extensão da lesão cerebral

É fundamental ressaltar que tanto a dispraxia quanto a apraxia requerem avaliação e intervenção profissional. No caso da dispraxia, a terapia ocupacional e a fisioterapia podem auxiliar no desenvolvimento das habilidades motoras e na adaptação às atividades diárias. Para a apraxia, a reabilitação neuropsicológica foca em reaprender os movimentos perdidos e desenvolver estratégias compensatórias. Um diagnóstico preciso é o primeiro passo para garantir o suporte adequado e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por essas condições.