Qual é a classe de aquele?
Em português brasileiro, aquele, aquela e aquilo funcionam como pronomes demonstrativos, indicando algo distante tanto de quem fala quanto de quem ouve. Contudo, é importante notar que, no uso cotidiano da língua, essa distinção de distância nem sempre é estritamente observada. A frase Aquela casa parece ser tão bonita por dentro! ilustra o uso correto, embora a flexibilidade seja comum.
Aquele, Aquela, Aquilo: Muito Além da Distância Física
“Aquele”, “aquela” e “aquilo” são pronomes demonstrativos que, em teoria, apontam para algo distante tanto do falante quanto do ouvinte. Essa definição, entretanto, simplifica uma realidade muito mais rica e fluida da língua portuguesa. A distância a que se referem não é exclusivamente física, mas também pode ser temporal, contextual ou mesmo abstrata, conferindo à sua utilização uma complexidade que vai além de simples localização espacial.
A gramática tradicional enfatiza a distinção espacial: “aquele” para substantivos masculinos, “aquela” para femininos e “aquilo” para substantivos neutros ou ideias abstratas. Uma frase como “Aquele prédio ali é imponente” ilustra o uso clássico, com o prédio situado longe tanto de quem fala quanto de quem escuta. Já “Aquela lembrança me comove até hoje” utiliza “aquela” para se referir a algo distante no tempo. Neste caso, a distância é temporal, e não espacial.
Contudo, a prática demonstra que a distinção de distância nem sempre é rigidamente aplicada. Em conversas informais, “aquele” pode ser usado para se referir a algo próximo, especialmente quando se busca criar uma certa elegância ou formalidade na fala. Imagine a cena: duas pessoas conversam em um café, e uma aponta para uma torta na vitrine. Ela pode dizer, sem incorreção grave, “Aquele bolo parece delicioso!”, mesmo que o bolo esteja a poucos metros de distância.
A escolha entre “aquele”, “aquela” e “aquilo” também está intrinsecamente ligada ao contexto comunicativo. A frase “Aquele projeto, que apresentamos na semana passada, foi finalmente aprovado” utiliza “aquele” para retomar um elemento já mencionado na conversa, criando uma coesão textual. Aqui, a distância é contextual, referente a um momento anterior na narrativa.
Portanto, classificar “aquele”, “aquela” e “aquilo” simplesmente como pronomes que indicam distância física é uma simplificação excessiva. Sua função é muito mais ampla, englobando referências temporais, contextuais e até mesmo abstratas. A flexibilidade no uso desses pronomes reflete a riqueza e a dinâmica da língua portuguesa, permitindo variações que dependem do contexto comunicativo, do nível de formalidade e da intenção do falante. A compreensão completa de seu emprego exige, portanto, uma análise mais profunda que considere não apenas a localização física, mas também as nuances da situação comunicativa.
#Análise Sintática#Classe Gramatical#Tipo De PalavraFeedback sobre a resposta:
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