Quando começam as crianças a falar?

A fascinante jornada da fala: quando as crianças começam a se comunicar?

A aquisição da linguagem é um processo complexo e fascinante, repleto de nuances e individualidades. Não existe um “manual” preciso, pois cada criança desenvolve suas habilidades comunicativas em seu próprio ritmo. No entanto, entender as etapas típicas do desenvolvimento da fala infantil pode ajudar os pais e responsáveis a acompanhar esse processo de perto e identificar possíveis necessidades de intervenção.

A crença popular de que bebês “começam a falar” apenas após o primeiro aniversário é uma simplificação. A comunicação, na verdade, inicia muito antes, através de balbucios, gestos e sons que, embora não sejam palavras formadas, transmitem importantes mensagens. A partir dos seis meses, muitas crianças já demonstram uma compreensão básica da linguagem, respondendo a comandos simples e reconhecendo a entonação da voz dos pais.

Entre os 9 e 12 meses, observamos os primeiros sons silábicos, muitas vezes repetitivos, como “dadá” e “mamã”. Esses sons, embora não representem palavras com significado preciso, são precursores importantes da fala. A repetição de sílabas ajuda a criança a desenvolver a coordenação motora da boca, língua e lábios, essencial para a articulação das palavras. É nessa fase que as primeiras palavras com significado, como “mamãe” e “papá” (ou variantes), costumam surgir, geralmente associadas a figuras importantes em sua vida.

Por volta dos 18 meses, o vocabulário começa a expandir. As crianças podem dizer algumas palavras isoladas e entender mais instruções. A compreensão da linguagem geralmente precede a capacidade de produção verbal, ou seja, a criança pode entender muito mais do que consegue expressar em palavras.

Entre 2 e 3 anos, ocorre um salto significativo no desenvolvimento da linguagem. O vocabulário cresce rapidamente, e as crianças começam a combinar palavras em frases simples, embora possam apresentar erros gramaticais e fonéticos. A comunicação torna-se mais elaborada, permitindo expressar desejos, necessidades e sentimentos de forma mais completa.

E se a criança não começar a falar na idade esperada?

É importante ressaltar que a faixa etária para o início da fala é apenas um guia. Algumas crianças começam mais cedo, outras mais tarde. Entretanto, se a criança demonstrar um atraso significativo na aquisição da linguagem, com pouca ou nenhuma produção verbal por volta dos 24 meses, é fundamental buscar ajuda profissional. Um pediatra ou fonoaudiólogo poderá realizar uma avaliação completa, identificar possíveis causas do atraso e indicar o tratamento adequado. Vale lembrar que a intervenção precoce é crucial para o sucesso do desenvolvimento da linguagem.

Em suma, a jornada da fala é única para cada criança. Acompanhar seu desenvolvimento com atenção, celebrar cada conquista e buscar ajuda profissional quando necessário são passos importantes para garantir que ela se desenvolva plenamente e possa se comunicar com eficácia. O mais importante é criar um ambiente rico em estímulos linguísticos, através de conversas, leitura de livros e brincadeiras que favoreçam a interação verbal.