Quando é que uma frase está na voz passiva?

Desvendando a Voz Passiva: Quando o Sujeito Sofre a Ação

A voz passiva é um recurso da língua portuguesa que muda o foco da frase, destacando quem recebe a ação em vez de quem a executa. Ao contrário da voz ativa, onde o sujeito pratica a ação verbal (ex: O cachorro mordeu o carteiro), na voz passiva, o sujeito sofre a ação (ex: O carteiro foi mordido pelo cachorro). Mas como identificar com certeza quando uma frase está na voz passiva? Vamos desvendar esse mistério.

A chave para reconhecer a voz passiva reside na identificação de dois elementos-chave: o sujeito paciente e o verbo na forma passiva.

1. O Sujeito Paciente: Na voz passiva, o sujeito não executa a ação, mas a recebe. Ele é o paciente, o alvo da ação verbal. Observe nos exemplos abaixo como o sujeito sofre a ação:

• Voz ativa: O artista pintou o quadro. (Sujeito agente: O artista)

• Voz passiva: O quadro foi pintado pelo artista. (Sujeito paciente: O quadro)

• Voz ativa: A chuva inundou a rua. (Sujeito agente: A chuva)

• Voz passiva: A rua foi inundada pela chuva. (Sujeito paciente: A rua)

2. O Verbo na Forma Passiva: Este é o segundo elemento fundamental. A forma passiva é construída com a utilização do verbo auxiliar “ser” ou “estar” conjugado no mesmo tempo e modo do verbo principal, seguido do particípio desse verbo principal.

• Verbo “ser”: Esse é o auxiliar mais comum na construção da voz passiva. Observe: “A carta foi escrita”, “Os livros são lidos”, “A casa será vendida”.

• Verbo “estar”: Embora menos frequente que o “ser”, o “estar” também pode formar a voz passiva, especialmente em contextos que indicam estado ou continuidade da ação: “A rua está alagada”, “O trabalho está concluído”. A diferença semântica entre “ser” e “estar” na voz passiva merece atenção em estudos mais aprofundados da gramática.

Agente da Passiva (opcional): Nem sempre a frase na voz passiva indica explicitamente quem realizou a ação. Quando essa informação é incluída, utiliza-se a preposição “por” ou “de” seguida do agente da passiva. Em “O quadro foi pintado pelo artista“, “pelo artista” é o agente da passiva. Entretanto, frases como “A porta foi arrombada” estão na voz passiva, mesmo sem o agente explicitado.

Diferenciando Voz Passiva de outras estruturas:

É importante não confundir a voz passiva com outras estruturas que podem parecer semelhantes, como a voz reflexiva (ex: Ele se cortou) ou frases com verbos intransitivos (ex: O pássaro voou). Na voz passiva, o verbo sempre é composto (auxiliar + particípio) e o sujeito sofre a ação.

Em resumo, para identificar uma frase na voz passiva, procure pelo sujeito que recebe a ação e pelo verbo na forma composta, utilizando o auxiliar “ser” ou “estar” + particípio. A presença do agente da passiva reforça a identificação, mas não é condição essencial. Dominar a voz passiva enriquece a escrita, permitindo a construção de frases mais precisas e elegantes, com foco no elemento que sofre a ação.