Quando se usa bom dia com hífen?

Bom dia, bom-dia: quando o hífen entra em cena?

A saudação “bom dia”, tão comum no nosso cotidiano, pode gerar dúvidas na hora da escrita: usar ou não o hífen? A resposta, como em muitos casos na língua portuguesa, depende do contexto. A chave para desvendar esse mistério está na função que a expressão exerce na frase.

Quando “bom dia” funciona como um substantivo, ou seja, nomeia a própria saudação, o hífen é obrigatório. Imagine a cena: você encontra um amigo e ele te cumprimenta com entusiasmo. Você pode dizer que ele te deu um bom-dia caloroso, um bom-dia animado, ou até mesmo um bom-dia tímido. Nesses casos, o “bom-dia” é o ato da saudação em si, um gesto, um cumprimento. Ele se torna uma unidade com significado próprio e, por isso, recebe o hífen. Observe outros exemplos:

• “Recebi um bom-dia acompanhado de um sorriso.”
• “Seu bom-dia me alegrou o dia.”
• “Ela retribuiu o bom-dia com um aceno de cabeça.”

Perceba que, nesses exemplos, poderíamos substituir “bom-dia” por outras palavras, como “cumprimento”, “saudação” ou “gesto”, mantendo a coerência da frase.

Por outro lado, quando “bom dia” expressa um desejo, uma forma de desejar algo a alguém, o hífen não deve ser usado. Aqui, “bom” caracteriza “dia”, indicando que se deseja um dia positivo. É como desejar “boa tarde” ou “boa noite”. Veja alguns exemplos:

• “Tenha um bom dia!”
• “Espero que você tenha um bom dia.”
• “Desejo a todos um bom dia produtivo.”

Nesses casos, a expressão “bom dia” não representa a saudação em si, mas sim o desejo de um bom dia. Não se trata de um substantivo, mas de um adjetivo (“bom”) acompanhado de um substantivo (“dia”).

Em resumo, a regra é simples: hífen para o substantivo bom-dia (a saudação) e sem hífen para o desejo de um bom dia. Com essa dica, você poderá usar a expressão com segurança e clareza, tanto na escrita quanto na fala. Tenha um bom dia e espalhe muitos bons-dias por aí!