Quando usar infinitivo pessoal ou impessoal?

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O infinitivo pessoal, mesmo sem flexão, enfatiza a ação verbal, mantendo a relação com o sujeito, como em As crianças começaram a brincar. Já o infinitivo impessoal, sem flexão e sem sujeito explícito, apresenta a ação de forma genérica, exemplificado em O jeito é obedecer. A diferença reside na ênfase e na ligação com o sujeito da oração principal.

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Infinitivo Pessoal vs. Impessoal: Uma Questão de Ênfase e Conexão

O infinitivo, forma nominal do verbo, frequentemente causa dúvidas quanto à sua flexão. A escolha entre o infinitivo pessoal (flexionado) e o impessoal (não flexionado) não é arbitrária, mas sim uma questão de estilo e de ênfase na relação entre o verbo no infinitivo e o sujeito da oração principal. Compreender essa diferença é fundamental para a clareza e precisão da escrita.

A distinção primordial reside na ênfase que se quer dar à ação verbal e na sua ligação com o sujeito. O infinitivo impessoal apresenta a ação de forma genérica, sem especificar o agente. Já o infinitivo pessoal, mesmo sem a flexão explícita em português (que se limita a algumas poucas marcas de pessoa, principalmente na fala), mantém uma relação mais próxima com o sujeito da oração principal, destacando a sua participação na ação.

Infinitivo Impessoal:

Caracteriza-se pela ausência de flexão e de um sujeito explícito. A ação verbal é apresentada de forma genérica, como uma verdade universal ou uma recomendação. Observe os exemplos:

  • É preciso lutar pela justiça. (A ação de “lutar” é genérica, não se atribui a um sujeito específico).
  • Basta acreditar para ser feliz. (A ação de “acreditar” não se refere a um agente particular).
  • O melhor a fazer é partir. (A ação de “partir” é apresentada como uma solução, sem sujeito explícito).

Em muitos casos, o uso do infinitivo impessoal é preferível para evitar ambiguidade ou redundância. Se utilizássemos o pessoal nesses exemplos, criaríamos uma ambiguidade desnecessária ou redundância.

Infinitivo Pessoal:

Embora o português não apresente uma flexão rica no infinitivo pessoal como outras línguas, a sua utilização implica uma relação mais direta com o sujeito da oração principal. A ação verbal é atribuída a um agente específico, mesmo que não seja explícito na frase. A percepção de pessoalidade vem do contexto e da relação semântica com a oração principal. Observe:

  • As crianças começaram a brincar. (A ação de “brincar” é atribuída às “crianças”, mesmo que o infinitivo não esteja flexionado).
  • Vi-os sair. (A ação de “sair” é referida aos “os”, sujeito da oração principal).
  • Peço-lhe que venha. (A ação de “vir” é dirigida a “lhe”, sujeito implícito da oração subordinada).

A escolha entre o infinitivo pessoal e impessoal, portanto, depende da intenção comunicativa. Se a intenção é apresentar a ação de forma genérica, sem atribuí-la a um agente específico, o infinitivo impessoal é mais adequado. Se a intenção é destacar a participação de um sujeito na ação, mesmo que implicitamente, o infinitivo pessoal se mostra mais apropriado. A análise cuidadosa do contexto é crucial para a escolha correta, garantindo a clareza e a eficácia da comunicação. Em casos de dúvida, a opção pelo infinitivo impessoal tende a ser mais segura, evitando ambiguidades.