Quando é que se usa o infinitivo pessoal?

7 visualizações

O infinitivo pessoal, forma flexionada do infinitivo (amar, amardes, amarmos etc.), surge quando o verbo precisa indicar o agente da ação. Difere do infinitivo impessoal, que expressa a ação de modo genérico. Seu uso é comum após preposições, indicando intenção ou desejo: para estudar, vontade de viajar. A flexão evidencia quem realiza a ação.

Feedback 0 curtidas

O Infinitivo Pessoal: Mais do que apenas um detalhe gramatical

O infinitivo, geralmente apresentado como a forma básica do verbo (amar, correr, partir), na verdade possui duas formas principais: o infinitivo impessoal e o infinitivo pessoal. Enquanto o primeiro se apresenta de maneira neutra, sem indicar o agente da ação verbal, o infinitivo pessoal traz consigo a marcação de pessoa e número, explicitando quem realiza a ação. Esta distinção, muitas vezes sutil, é fundamental para a clareza e precisão da comunicação escrita e falada.

A principal função do infinitivo pessoal é justamente identificar quem executa a ação verbal. Ele surge como um recurso expressivo que evita ambiguidades e enriquece a construção frasal, especialmente quando o sujeito do infinitivo difere do sujeito da oração principal. Observe a diferença:

  • Infinitivo Impessoal: “É importante estudar.” (O sujeito de “estudar” é indeterminado, genérico.)
  • Infinitivo Pessoal: “É importante estudá-lo.” (O “lo” indica que alguém o estuda, tornando o agente da ação específico.)

No exemplo acima, o uso do infinitivo pessoal (“estudá-lo”) clareia que há um objeto específico sendo estudado, enquanto o impessoal deixa essa informação implícita e aberta a interpretações.

Outro contexto frequente de uso do infinitivo pessoal se encontra após preposições, onde a flexão verbal contribui para a precisão semântica. Comparando:

  • Infinitivo Impessoal: “Tenho vontade de viajar.” (A vontade é genérica, de viajar em si.)
  • Infinitivo Pessoal: “Tenho vontade de viajarmos.” (A vontade é compartilhada, de nós viajarmos.)

A diferença é sutil, mas crucial: o primeiro indica um desejo individual de viajar; o segundo, um desejo coletivo. Assim, a flexão do infinitivo pessoal nos permite especificar a quem se refere a ação.

Além das preposições, o infinitivo pessoal também aparece em construções com verbos auxiliares que indicam obrigação, possibilidade, desejo, etc., como “dever”, “poder”, “querer”. Observe:

  • “Eles deveriam estudar mais.” (Infinitivo impessoal, ação genérica)
  • “Eles deveriam estudá-lo com atenção.” (Infinitivo pessoal, ação com objeto definido)

Em resumo, o infinitivo pessoal não é uma mera variação estilística. É um recurso gramatical fundamental para a precisão e clareza da mensagem, especialmente quando se busca destacar o agente da ação verbal, especialmente em contextos onde a ambiguidade poderia gerar confusão. Seu emprego adequado demonstra domínio da língua portuguesa e contribui para uma comunicação mais eficaz. A escolha entre o infinitivo pessoal e o impessoal, portanto, exige atenção e consideração do contexto frasal, visando a melhor expressão da ideia a ser transmitida.