Que conjugação pertence o verbo por?

A Traiçoeira Regularidade do Verbo “Pôr”: Uma Conjugação que Engana os Olhos

O verbo “pôr” é um dos verbos que mais causam dúvidas na língua portuguesa, principalmente no que diz respeito à sua conjugação. Sua forma irregular, terminando em “-or”, leva muitos a classificá-lo erroneamente fora da segunda conjugação. No entanto, a realidade é bem diferente. “Pôr”, assim como seus derivados (repor, dispor, compor, propor, etc.), pertence sim à segunda conjugação.

A chave para entender essa aparente contradição reside na compreensão de que a classificação dos verbos em conjugações não se baseia exclusivamente na terminação do infinitivo. O critério principal é o infinitivo sem a desinência -r, ou seja, o radical. No caso de “pôr”, o radical é “põ-“, que se encaixa perfeitamente no padrão da segunda conjugação, caracterizada pelo tema em “-e” no presente do indicativo: eu ponho, tu pões, ele põe, nós pomos, vós pondes, eles põem.

Observe a semelhança com outros verbos da segunda conjugação, como “viver”: eu vivo, tu vives, ele vive… A estrutura é semelhante, confirmando a pertinência de “pôr” a essa classe. A irregularidade de sua terminação em “-or” não altera sua classificação gramatical fundamental.

A confusão é facilmente compreendida considerando a influência da ortografia. A terminação “-or” no infinitivo lembra verbos da terceira conjugação, o que pode induzir a erro. Entretanto, a análise da conjugação em si demonstra claramente a sua pertença à segunda.

Em resumo, a aparente irregularidade de “pôr” é apenas uma peculiaridade ortográfica. Sua conjugação segue o padrão da segunda conjugação, o que deve ser considerado o critério principal para sua classificação. Memorizar essa regra, focando no radical “põ-” e não na terminação “-or”, facilitará significativamente a conjugação correta deste verbo e seus derivados, evitando erros comuns na escrita e na fala. A próxima vez que se deparar com a dúvida, lembre-se: o radical é o guia!