Quem classificou os seres vivos em 5 reinos?

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Em 1969, Robert Whittaker revolucionou a classificação dos seres vivos, propondo cinco reinos. Sua pesquisa demonstrou que os fungos não pertenciam ao reino vegetal, criando assim o reino Fungi para abrigá-los. Essa mudança representou um marco na compreensão da diversidade biológica.

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A Revolução de Whittaker: Da Classificação em Dois Reinos para a Era dos Cinco

Por décadas, a classificação dos seres vivos se baseou em um sistema binário simplista: reino Animal e reino Vegetal. Esta divisão, embora útil em um primeiro momento, demonstrava-se cada vez mais inadequada à medida que a compreensão da biologia celular e da genética avançava. Microrganismos, fungos e outros organismos simplesmente não se encaixavam perfeitamente em nenhuma dessas duas categorias. Foi nesse contexto que, em 1969, o trabalho de Robert Whittaker surgiu como uma verdadeira revolução na taxonomia biológica.

Whittaker, um botânico e ecólogo americano influente, propôs um sistema de classificação baseado em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. Essa proposta não surgiu do nada; ela se apoiava em anos de pesquisa e observações meticulosas que consideravam características cruciais dos seres vivos, incluindo:

  • Organização celular: A presença ou ausência de núcleo definido (eucariotos versus procariotos) foi um critério fundamental na separação dos reinos. Os seres procariotos, desprovidos de núcleo organizado, foram agrupados no reino Monera (que posteriormente seria subdividido em Archaea e Bacteria). Os eucariotos, com núcleo definido, compuseram os outros quatro reinos.

  • Modo de nutrição: A forma como os organismos obtinham seus nutrientes – através da fotossíntese (autótrofos), absorção (como nos fungos) ou ingestão (como nos animais) – foi outro elemento crucial na classificação de Whittaker.

  • Níveis de organização celular: Organismos unicelulares versus multicelulares também influenciaram a classificação. Protistas, por exemplo, abrangem uma variedade imensa de organismos eucariotos unicelulares e algumas formas multicelulares simples.

A inovação mais significativa de Whittaker foi, sem dúvida, a criação do reino Fungi. Anteriormente, os fungos eram frequentemente classificados como plantas, devido à sua natureza imóvel e crescimento geralmente em substratos. No entanto, Whittaker destacou a importância de suas características únicas, como a nutrição por absorção de matéria orgânica e a estrutura celular diferente das plantas. Essa distinção representou um avanço considerável na compreensão da diversidade biológica, reconhecendo a singularidade e a complexidade dos fungos.

O sistema de cinco reinos de Whittaker, embora tenha sido posteriormente refinado e até mesmo substituído por sistemas de classificação mais complexos baseados em filogenia (relações evolutivas), permanece um marco crucial na história da biologia. Sua proposta trouxe clareza e organização a um sistema anteriormente confuso, pavimentando o caminho para uma compreensão mais profunda da vida na Terra e influenciando gerações de biólogos. A simplificação apresentada, apesar de suas limitações, permitiu um melhor entendimento da diversidade biológica para estudantes e pesquisadores. A contribuição de Whittaker permanece inquestionável como um salto significativo na nossa compreensão do mundo vivo.