Quem tem deficiência auditiva consegue falar?
Pessoas com deficiência auditiva, mesmo parcialmente surdas, apresentam graus variados de perda auditiva, podendo ouvir sons em níveis reduzidos, em um ou ambos os ouvidos. A comunicação oral é possível para muitos, complementando ou substituindo a língua de sinais, dependendo da gravidade da deficiência.
A Fala e a Deficiência Auditiva: Um Universo de Possibilidades
A ideia de que pessoas com deficiência auditiva não conseguem falar é um equívoco bastante comum. A realidade é muito mais diversa e complexa do que essa afirmação simplista. A deficiência auditiva se apresenta em um espectro, desde perdas leves até a surdez profunda, e a capacidade de falar está intrinsecamente ligada a diversos fatores, incluindo o grau da perda auditiva, a idade em que ela se manifestou, o tipo de perda e o acesso a intervenções e tecnologias.
Para entender melhor, imagine a audição como um volume de som. Pessoas com perda auditiva parcial podem “ouvir” o som em um volume mais baixo, com algumas frequências atenuadas ou ausentes. Essa audição residual, mesmo que limitada, pode ser fundamental para o desenvolvimento da fala. Afinal, ouvir, mesmo que parcialmente, fornece o insumo sonoro necessário para aprender e reproduzir os sons da língua.
Crianças que nascem com deficiência auditiva ou que a adquirem antes da aquisição da linguagem, têm um desafio maior no desenvolvimento da fala. A ausência ou limitação da entrada auditiva dificulta a compreensão dos sons da fala e sua posterior reprodução. Nesses casos, a intervenção precoce com fonoaudiólogos especializados é crucial para estimular o desenvolvimento da linguagem oral, utilizando estratégias que aproveitam a audição residual, com o auxílio de aparelhos auditivos ou implantes cocleares, e exploram outros sentidos, como a visão e o tato.
Já as pessoas que perdem a audição após terem desenvolvido a fala, geralmente conseguem manter a capacidade de se comunicar oralmente, embora possam apresentar algumas alterações na voz, como dificuldade na entonação e articulação. Isso ocorre porque a memória auditiva e os padrões de fala já estão estabelecidos. Nesses casos, a reabilitação fonoaudiológica foca na manutenção e aprimoramento da comunicação oral, adaptando-se às novas necessidades auditivas.
Além disso, é importante ressaltar que a comunicação oral não é a única forma de comunicação para pessoas com deficiência auditiva. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua completa e independente, com gramática e estrutura próprias, que permite a plena comunicação e expressão para pessoas surdas. Para muitas pessoas, a Libras é a primeira língua, enquanto a língua portuguesa, na modalidade escrita ou oral, é aprendida como segunda língua.
Portanto, a resposta para a pergunta “Quem tem deficiência auditiva consegue falar?” é: depende. A capacidade de falar não é determinada pela presença ou ausência da deficiência auditiva, mas sim pela combinação de diversos fatores individuais e pelas oportunidades de acesso a recursos e intervenções adequadas. O importante é respeitar a diversidade linguística e garantir que todas as pessoas tenham o direito de se comunicar e se expressar da forma que lhes for mais confortável e acessível.
#Audição#Fala#SurdezFeedback sobre a resposta:
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