Quais são as principais regras da concordância nominal?

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A concordância nominal exige que os modificadores, como adjetivos e artigos, concordem em gênero e número com o substantivo a que se referem. Por exemplo, em Aquela moça fez duas perguntas complicadas para o rapaz, os termos duas e complicadas concordam com o substantivo perguntas.

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A Dança das Palavras: Desvendando as Regras da Concordância Nominal

A concordância nominal, um pilar da gramática portuguesa, garante a harmonia e clareza na escrita e na fala. Ela se refere à concordância em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) entre o substantivo e seus modificadores: adjetivos, artigos, numerais e pronomes adjetivos. Embora pareça simples, a concordância nominal apresenta nuances que exigem atenção e, em alguns casos, a escolha entre diferentes possibilidades válidas.

A Regra Básica: A Concordância Simples

A regra mais fundamental é a concordância direta: o modificador concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Observe os exemplos:

  • Singular: A aluna inteligente apresentou um trabalho excelente.
  • Plural: As alunas inteligentes apresentaram trabalhos excelentes.

Note como “inteligente” e “excelente” se adaptam ao gênero e número de “aluna” e “trabalho”, respectivamente. Essa concordância se repete com outros modificadores:

  • Artigo: O livro; Os livros.
  • Numeral: Uma casa; Duas casas.
  • Pronome Adjetivo: Minha casa; Minhas casas.

Casos Especiais que Exigem Atenção:

A aparente simplicidade da regra básica cede espaço a casos mais complexos, onde a concordância exige um olhar mais atento:

  • Substantivos de Gêneros Diferentes: Quando o substantivo é acompanhado por mais de um adjetivo e estes se referem a substantivos de gêneros diferentes, há duas possibilidades:

    • Concordância com o substantivo mais próximo: O aluno e a aluna inteligentes (o adjetivo concorda com “aluna”).
    • Concordância com ambos os substantivos, fazendo o adjetivo ir para o masculino plural: O aluno e a aluna inteligentes. Essa opção é preferível quando se busca maior formalidade.
  • Substantivos com Numerais Cardinais: Se o numeral precede o substantivo, a concordância do adjetivo pode ser feita com o numeral ou com o substantivo.

    • Dois carros velhos.
    • Dois velhos carros.
  • Adjetivos com Substantivos em Número Diferente: Com substantivos em número diferente, o adjetivo geralmente vai para o plural, concordando com o substantivo mais próximo ou no masculino plural se houver diferença de gênero.

    • O carro e a moto velhos. (concordância com o mais próximo)
    • O carro e a moto velhos. (masculino plural para formalidade)
  • Expressões de quantidade: Em expressões como “bastante”, “muito”, “pouco”, “menos”, a concordância varia dependendo de sua função. Como adjetivos, concordam com o substantivo. Como advérbios, permanecem invariáveis.

    • bastantes razões para isso. (adjetivo)
    • Trabalhei bastante hoje. (advérbio)
  • “Meio” e “Caro” / “Barato”: “Meio”, significando “metade”, concorda com o substantivo. “Caro” e “barato”, como adjetivos, também concordam. Como advérbios, são invariáveis.

    • Comi meia maçã.
    • Compramos frutas caras.
    • As frutas estavam caras.

Conclusão:

A concordância nominal, apesar de possuir regras aparentemente simples, demanda atenção e um profundo entendimento do contexto frasal. A capacidade de dominar essas nuances é essencial para uma escrita impecável e eficaz, demonstrando o domínio da língua portuguesa. Lembre-se que a escolha entre as opções válidas, em alguns casos, pode depender do estilo de escrita e do grau de formalidade desejado. A prática constante é a melhor aliada para a consolidação dessas regras.