Como saber se o meu filho de 2 anos é autista?

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Para identificar possíveis sinais de autismo em seu filho de 2 anos, observe se ele apresenta dificuldades de comunicação, interação social e comportamentos repetitivos ou restritos. Se preocupado, procure avaliação profissional para um diagnóstico preciso.

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Será que Meu Filho de 2 Anos Pode Ser Autista? Um Guia Prático e Sem Neuras

Aos dois anos, a individualidade de cada criança começa a florescer de forma única. É uma fase de descobertas, aprendizado constante e, para os pais, uma mistura de alegria e questionamentos. Uma dúvida comum que surge nessa etapa é: “Será que meu filho está se desenvolvendo como deveria?”. Se essa pergunta vier acompanhada de preocupações sobre comportamentos específicos, a possibilidade de autismo pode cruzar a mente dos pais.

É importante ressaltar: nenhum pai ou mãe é médico ou especialista. Este artigo não substitui uma avaliação profissional. Nosso objetivo é oferecer um guia prático e sem alarmismo para observar e, se necessário, buscar ajuda qualificada.

Desmistificando o Autismo: Além dos Estereótipos

O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. A palavra “espectro” é fundamental: o autismo se manifesta de formas muito diferentes, com intensidades variadas. Algumas crianças podem ter dificuldades severas na fala, enquanto outras apresentam habilidades verbais avançadas, mas enfrentam desafios na interação social.

É fundamental abandonar a imagem estereotipada do autista “gênio” ou da criança isolada em seu mundo. O autismo é muito mais complexo e individualizado.

Sinais de Alerta: O Que Observar com Atenção

Em crianças de dois anos, alguns sinais podem levantar a suspeita de autismo. É importante lembrar que a presença de um ou outro sinal isolado não significa necessariamente que a criança seja autista. A avaliação é complexa e leva em consideração um conjunto de fatores.

  • Comunicação:

    • Atraso na fala: A criança não fala ou usa poucas palavras para se comunicar. É importante diferenciar de crianças que “demoram” para falar, mas compreendem bem a linguagem e se comunicam de outras formas.
    • Ecolalia: Repetição de frases ou palavras ouvidas, sem necessariamente compreender o significado.
    • Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa: A criança não demonstra interesse em responder a perguntas ou interagir verbalmente.
    • Uso atípico da linguagem: A criança usa a linguagem de forma repetitiva ou com entonação incomum.
    • Não apontar objetos para mostrar: A criança não usa o dedo para indicar algo que quer ou que chama sua atenção.
  • Interação Social:

    • Pouco contato visual: A criança evita olhar nos olhos das pessoas.
    • Dificuldade em brincar com outras crianças: A criança prefere brincar sozinha ou tem dificuldade em seguir regras e interagir em grupo.
    • Falta de interesse em compartilhar alegria ou conquistas: A criança não demonstra entusiasmo ao mostrar algo que fez ou aprendeu.
    • Dificuldade em compreender pistas sociais: A criança não entende expressões faciais, tom de voz ou linguagem corporal de outras pessoas.
    • Não responder ao nome: A criança não reage quando chamada pelo nome, mesmo em situações em que não está distraída.
  • Comportamentos Repetitivos ou Restritos:

    • Movimentos repetitivos: Balançar o corpo, bater as mãos (flapping), girar objetos repetidamente.
    • Interesse intenso por objetos específicos: A criança se interessa excessivamente por um objeto específico, como rodas de carrinho ou hélices de ventilador.
    • Rotinas e rituais: A criança insiste em seguir rotinas rígidas e fica perturbada quando elas são interrompidas.
    • Dificuldade em lidar com mudanças: A criança reage negativamente a mudanças no ambiente ou na rotina.
    • Sensibilidade sensorial: A criança pode ser excessivamente sensível a luzes, sons, texturas ou cheiros, ou, ao contrário, buscar estímulos sensoriais intensos.

O Que Fazer Se Você Se Identificou com Algum Desses Sinais

  1. Mantenha a Calma: O primeiro passo é não entrar em pânico. A observação atenta é fundamental, mas a ansiedade pode obscurecer a visão.
  2. Converse com o Pediatra: O pediatra é o profissional ideal para iniciar a investigação. Ele poderá avaliar o desenvolvimento geral da criança e encaminhá-la, se necessário, para especialistas.
  3. Busque Avaliação Multidisciplinar: O diagnóstico de autismo é complexo e requer uma equipe multidisciplinar, que pode incluir:
    • Neurologista Infantil: Avalia a parte neurológica e descarta outras condições.
    • Psiquiatra Infantil: Avalia o comportamento e as emoções da criança.
    • Psicólogo: Aplica testes e observa o comportamento da criança em diferentes situações.
    • Fonoaudiólogo: Avalia a linguagem e a comunicação.
    • Terapeuta Ocupacional: Avalia a coordenação motora e a integração sensorial.
  4. Procure Informação Confiável: Existem muitas fontes de informação sobre autismo, mas nem todas são confiáveis. Busque informações em sites de associações de pais, universidades e organizações de saúde.
  5. Busque Apoio: Compartilhe suas preocupações com familiares, amigos ou grupos de apoio para pais de crianças com autismo. O apoio emocional é fundamental nesse momento.

Diagnóstico Precoce: A Chave para o Desenvolvimento

O diagnóstico precoce do autismo é fundamental para garantir que a criança receba o tratamento e o suporte necessários para desenvolver todo o seu potencial. Quanto mais cedo a intervenção começar, maiores as chances de a criança aprender habilidades de comunicação, interação social e autonomia.

Lembre-se: Cada criança é única. O autismo não define a criança, mas sim uma parte de sua individualidade. Com amor, apoio e intervenção adequada, crianças com autismo podem ter uma vida plena e feliz.

Disclaimer: Este artigo tem caráter informativo e não substitui a avaliação de um profissional qualificado. Se você tem preocupações com o desenvolvimento do seu filho, procure um médico ou especialista.