Qual é a classe de Nossa?

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A palavra nossa pode atuar tanto como determinante possessivo quanto como pronome possessivo. Em ambos os casos, indica posse ou relação pertencente à primeira pessoa do plural, nós. Seja qualificando um substantivo (determinante) ou substituindo um substantivo (pronome), nossa sempre expressa algo que nos pertence.

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“Nossa”: Uma Palavra, Duas Faces e a Expressão da Pertença

A língua portuguesa, com sua riqueza e nuances, nos apresenta palavras que, dependendo do contexto, assumem diferentes papéis e significados. Um exemplo claro disso é a palavra “nossa”. Longe de ser uma simples palavra, “nossa” carrega consigo a força da coletividade e a demarcação da posse, transitando com elegância entre as classes gramaticais de determinante possessivo e pronome possessivo.

Para compreender a versatilidade de “nossa”, é crucial desmistificar a linha tênue que separa o determinante do pronome. Ambos indicam posse, apontando para algo que pertence a “nós”, a primeira pessoa do plural. A diferença crucial reside na sua função dentro da frase.

Quando “Nossa” é Determinante Possessivo:

Nesta função, “nossa” atua como um adjetivo, qualificando e especificando um substantivo. Ela acompanha o substantivo, fornecendo informações sobre a quem ele pertence. A presença do substantivo é imprescindível. Observe os exemplos:

  • Nossa casa é espaçosa. (Casa é o substantivo, “nossa” determina de quem é a casa)
  • Admiramos a beleza de nossa cultura. (Cultura é o substantivo, “nossa” indica a qual cultura nos referimos)
  • Nossa equipe está preparada para o desafio. (Equipe é o substantivo, “nossa” especifica qual equipe)

Perceba que “nossa” sempre antecede o substantivo que está determinando, concordando em gênero e número com ele (“nossas”, “nosso”, “nossos”). A sua função é, portanto, delimitar e especificar a posse, como um farol que ilumina a quem pertence determinado objeto, ideia ou conceito.

Quando “Nossa” é Pronome Possessivo:

Aqui, a atuação de “nossa” é mais sutil e, por vezes, mais elegante. Em vez de simplesmente qualificar um substantivo, o pronome possessivo o substitui, evitando repetições desnecessárias e conferindo fluidez ao texto. A posse, neste caso, já está implícita no contexto da frase. Observe os exemplos:

  • Sua opinião é importante, mas a nossa também conta. (A palavra “opinião” está subentendida após “nossa”)
  • Eles já cuidaram dos seus problemas, agora cuidaremos dos nossos. (A palavra “problemas” está subentendida após “nossos”)
  • A sua parte está pronta, a nossa ainda precisa de alguns ajustes. (A palavra “parte” está subentendida após “nossa”)

Neste cenário, “nossa” se coloca no lugar do substantivo possuído, economizando palavras e mantendo a clareza da mensagem. A sua presença evita a repetição exaustiva do substantivo e da sua relação de posse.

Em Resumo:

A palavra “nossa” é um camaleão gramatical, capaz de se adaptar às necessidades da frase para expressar a ideia de pertencimento de forma precisa e elegante. Seja determinando um substantivo, como um adjetivo que o qualifica, ou substituindo-o, como um pronome que evita repetições, “nossa” sempre aponta para a posse coletiva, unindo o falante ao seu grupo e demarcando o que lhes pertence. Dominar a nuances entre o determinante e o pronome possessivo “nossa” enriquece a expressão e torna a comunicação mais clara e eficaz.