Como pode ser a deficiência auditiva?

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A deficiência auditiva se classifica conforme a capacidade de detectar decibéis:

  • Leve: dificuldade em entender a fala.
  • Moderada e Severa: requer aparelhos ou próteses auditivas, podendo envolver a utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
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Além dos Decibéis: Um Olhar sobre as Diferentes Facetas da Deficiência Auditiva

A deficiência auditiva é frequentemente simplificada como uma questão de “quantos decibéis se consegue ouvir”. Embora a classificação por grau de perda auditiva, leve, moderada, severa e profunda, baseada na capacidade de detectar sons em diferentes intensidades, seja importante para orientar intervenções, ela não abarca a complexidade dessa condição. Pensar a deficiência auditiva apenas em termos de decibéis é como descrever uma pintura apenas pelas suas dimensões. Há muito mais nuances e particularidades que influenciam a experiência individual de cada pessoa.

Para compreender verdadeiramente como pode ser a deficiência auditiva, precisamos ir além da mera mensuração da perda auditiva e considerar outros fatores cruciais:

O tipo de perda auditiva: A deficiência auditiva pode ser condutiva, neurosensorial ou mista. A condutiva afeta a transmissão do som até o ouvido interno, enquanto a neurosensorial impacta a conversão do som em sinais elétricos para o cérebro. Essa distinção é fundamental, pois influencia as possibilidades de tratamento e as adaptações necessárias.

A frequência afetada: A perda auditiva pode afetar diferentes frequências sonoras. Uma pessoa pode ter dificuldade em ouvir sons agudos, como o canto dos pássaros, mas ouvir perfeitamente sons graves, como o ronco de um motor. Essa particularidade impacta diretamente a compreensão da fala, que envolve uma gama de frequências.

A idade de início da perda auditiva: A perda auditiva congênita, presente desde o nascimento, tem um impacto diferente da perda auditiva adquirida na vida adulta. A linguagem, a comunicação e o desenvolvimento social são afetados de maneiras distintas em cada caso. Crianças com perda auditiva congênita, por exemplo, podem necessitar de intervenções precoces para o desenvolvimento da linguagem, incluindo o aprendizado de Libras.

A simetria da perda: A perda auditiva pode ser simétrica, afetando ambos os ouvidos igualmente, ou assimétrica, com graus diferentes de perda em cada ouvido. A assimetria pode dificultar a localização dos sons e a compreensão da fala em ambientes ruidosos.

O impacto psicossocial: A deficiência auditiva pode gerar impactos significativos na vida social, emocional e profissional do indivíduo. Sentimentos de isolamento, frustração e baixa autoestima são comuns. O acesso a recursos de apoio, como grupos de convivência e terapia, é fundamental para o bem-estar da pessoa com deficiência auditiva.

Além da Libras: Enquanto a Libras é a língua oficial da comunidade surda no Brasil, outras formas de comunicação podem ser utilizadas, como a leitura labial, o português sinalizado e a comunicação total. A escolha da melhor forma de comunicação depende das necessidades e preferências de cada indivíduo.

Portanto, entender como pode ser a deficiência auditiva exige uma abordagem holística, que considere não apenas a intensidade da perda auditiva em decibéis, mas também o tipo de perda, as frequências afetadas, a idade de início, a simetria e, principalmente, o impacto psicossocial na vida do indivíduo. Somente com essa visão ampliada podemos promover a inclusão e garantir a plena participação das pessoas com deficiência auditiva na sociedade.