Qual o nome da deficiência do mudo?

O termo “mudo” é considerado inadequado e ofensivo para se referir a pessoas com deficiência na comunicação oral. A palavra carrega consigo um estigma e uma generalização equivocada, pois sugere uma incapacidade completa de comunicação, o que muitas vezes não corresponde à realidade. Pessoas que não utilizam a fala podem se comunicar por diversos outros meios, como Libras (Língua Brasileira de Sinais), comunicação alternativa por meio de pranchas de comunicação, aplicativos em tablets e outros recursos tecnológicos.

Em vez de “mudo”, o termo correto a ser utilizado depende da causa da impossibilidade de falar. Existem diversas condições que podem levar à ausência da fala, e cada uma delas tem sua própria nomenclatura. Algumas das possibilidades incluem:

• Afasia: Perda da capacidade de falar, compreender a linguagem, ler ou escrever, geralmente causada por um derrame ou lesão cerebral.
• Disartria: Dificuldade em articular palavras devido a problemas neurológicos que afetam os músculos responsáveis pela fala. A pessoa entende o que é dito e sabe o que quer dizer, mas tem dificuldade em pronunciar as palavras corretamente.
• Disfemia (Gagueira): Distúrbio da fluência da fala caracterizado por repetições, prolongamentos e bloqueios de sons, sílabas ou palavras.
• Anartria: Perda total da capacidade de articular a fala devido a lesões graves no sistema nervoso central.
• Mutismo Seletivo: Distúrbio de ansiedade em que a criança consegue falar normalmente em alguns ambientes (geralmente em casa), mas se cala completamente em outros, como na escola. Nesse caso, a capacidade física de falar está preservada, mas a ansiedade impede a comunicação oral em determinados contextos.
• Surdez profunda congênita: Pessoas que nascem surdas e não têm acesso à língua oral desde a primeira infância podem desenvolver dificuldades na fala devido à falta de estímulo auditivo. Nesses casos, a Libras é a língua natural e a principal forma de comunicação.

Portanto, não existe uma única “deficiência do mudo”. É fundamental entender que a ausência da fala pode ser resultado de diferentes condições e que o termo “mudo” deve ser evitado. Utilizar a terminologia adequada demonstra respeito e contribui para uma comunicação mais inclusiva. Ao se deparar com uma pessoa que não utiliza a fala, procure observar o contexto e, se necessário, pergunte educadamente qual a melhor forma de se comunicar com ela. Respeitar a individualidade e a forma de comunicação de cada pessoa é essencial para uma sociedade mais justa e inclusiva.